Marca do CRQ para impressão
Disponível em <https://crqsp.org.br/conselheiro-falou-sobre-o-uso-da-cannibis-medicinal-no-senado/>.
Acesso em 08/11/2024 às 02h38.

Conselheiro falou sobre o uso da cannabis medicinal no Senado

Conselheiro falou sobre o uso da cannabis medicinal no Senado

Representando o Sistema CFQ/CRQs, Lima Filho ressaltou a importância das pesquisas sobre o assunto

25 de abril de 2023, às 15h57 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

O Químico industrial, Mestre em Química de Produtos Naturais, Doutor em Vigilância Sanitária e Pós-doutor em Tecnologia de Formulações Ubiracir Fernandes Lima Filho foi o representante do Sistema CFQ/CRQs na audiência pública promovida dia 20 deste mês pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado. O objetivo do encontro foi debater o uso terapêutico e medicinal da cannabis. Além de conselheiro Federal, Lima Filho integra o Comitê de Governança de Orientação e Fiscalização Profissional do CFQ.

Em sua intervenção inicial, o especialista disse que a intenção do Sistema CFQ/CRQs era mostrar o que é a planta [cannabis] do ponto de vista da pesquisa química e a mistura de seus metabólicos secundários. “O nosso tratamento é técnico, científico e a gente busca a segurança e a eficácia de qualquer tipo de produto, de qualquer tipo de componente que seja utilizado para a atividade terapêutica ou outra atividade qualquer que contenham substâncias químicas”, salientou.

Entre os slides que apresentou durante sua palestra, Lima Filho apresentou centenas de artigos técnicos indicando o uso terapêuticos da cannabis medicinal. “Nós temos na Sociedade Brasileira de Química, que engloba uma série de profissionais diferentes, duas divisões que são bem específicas para trabalhar com o tema: a divisão de química medicinal e a divisão de produtos naturais”, ressaltou. Lima Filho integra essas divisões e apresentou trabalhos que desenvolveu durante o seu mestrado em produtos naturais. “Não foi com cannabis, mas o processo é muito semelhante”, ressaltou o especialista.

Da planta ao medicamento, há uma série de de atividades técnicas a serem cumpridas, explicou o especialista. Uma delas é o monitoramento e padronização de diferentes quimiotipos que permitem, entre outros benefícios, a otimização de processos extrativos, com seleção de frações de importâncias terapêuticas e definição mais clara dos constituintes químicos, responsáveis pelas respostas clínicas que forem observadas.

No final de sua primeira intervenção, citou a Lei 8080/1990 – chamada de Lei orgânica da saúde, que no artigo 2º diz que a saúde é um artigo fundamental do ser humano. “O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem a redução de riscos e de doenças e outros agravos que assegurem o acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a promoção e recuperação da própria saúde”, destacou.

Na segunda parte de sua participação, o representante do Sistema CFQ/CRQs disse ter ficado bastante contente com o debate. Reforçou que estava representando os cientistas da área química para tentar levar ferramentas para as demais áreas envolvidas. “O nosso papel é trabalhar com uma planta, mostrar como o processo biossintético vai alterar por um momento ou outro por enzinas, por um ou outro catalizador, o que vai levar a formação de um metabólito diferente. Então, tecnicamente, a gente precisa de incentivo. Temos alguns pesquisadores já trabalhando com a fitoquímica da planta, tentando dar o auxílio para os prescritores enxergarem aquela resposta terapêutica baseada na composição química de cada extrato. A quantidade muito pequena de um metabólico pode ser fundamental para uma determinada terapia”, encerrou.

Assista abaixo ao vídeo da participação de Ubiracir Fernandes Lima Filho. Clicando aqui, é possível assistir à íntegra da audiência pública.

 

 

Compartilhar