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Disponível em <https://crqsp.org.br/a-quimica-inorganica-no-tratamento-do-cancer/>.
Acesso em 07/11/2025 às 06h22.

A química inorgânica no tratamento do câncer

A química inorgânica no tratamento do câncer

Especialista explicou o uso dos metais na medicina e os novos tratamentos para o câncer

3 de novembro de 2025, às 15h54 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

Uma live promovida nesta segunda-feira no canal do CRQ-SP no YouTube pela Comissão Técnica de Serviços de Saúde abordou como a química inorgânica é utilizada no tratamento do câncer.

O instrutor foi  Pedro Paulo Corbi, químico, professor do Instituto de Química da UNICAMP e pesquisador do CancerThera, centro de pesquisas recentemente inaugurado que pesquisa o desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento da doença. A mediação esteve a cargo de Leda Longhi, técnica em química, enfermeira e pós-graduada em administração hospitalar.

Na abertura da live, o professor Pedro Paulo Corbi fez um histórico da Unicamp, que completa 60 anos em 2026, abordando também suas unidades, número de docentes, alunos em diversos níveis e dados específicos do Instituto de Química.

Depois, definiu a química inorgânica e seu papel em processos vitais. Definiu o câncer, explicando que ele é um conjunto de mais de 100 doenças, que tem em comum o rápido crescimento de células. Mostrou dados sobre a incidência de câncer no país, dizendo que o mais comum é o câncer de pele não melanoma.

Abordou as causas e como fazer a prevenção do câncer, citando que a maioria dos casos tem origem em fatores externos, como o ambiente de trabalho, exposição a agentes tóxicos, exposição ao sol e tabagismo. Entre os fatores internos há os hereditários e os familiares. Como prevenção, citou os hábitos de vida saudáveis, a prática de atividades físicas, a vacinação, como a do HPV, e a detecção e o tratamento precoce.

Listou os tratamentos disponíveis para o câncer hoje, como cirurgia, quimioterapia, radioterapia, imunoterapia, terapia hormonal e o transplante de medula. Fez um histórico do tratamento do câncer desde 2500 a.C., até o nascimento da quimioterapia baseada em metais, nos anos 1970, e também o surgimento dos radiofármacos para diagnóstico, extremamente importantes até hoje.

 

Mostrou os metais da tabela periódica que são usados para o tratamento de doenças, e a definição dos complexos metálicos utilizados em medicina. Citou um artigo de sua autoria publicado no site do CRQ-SP sobre o ouro (https://crqsp.org.br/elementos-quimicos-ouro/), que aborda, inclusive, as aplicações do metal precioso em medicina.

Falou dos compostos de platina, e como a cisplatina, um fármaco de primeira geração, foi utilizada para o tratamento de alguns tipos de câncer. Abordou a atuação dos fármacos de platina e seus efeitos colaterais. A carboplatina foi o fármaco de segunda geração, liberada em 1985 para tratamento do câncer de ovário, cabeça, pescoço, pulmão e bexiga. Citou outros complexos de platina aprovados para uso clínico. A seguir mostrou os complexos de paládio(II), ou Padeliporfin, e como foi o desenvolvimento desse tipo de fármaco para tratamento de câncer de próstata de baixo risco.

Os metalofármacos também são usados para o diagnóstico de doenças, como os complexos de gadolínio, que são usados em exames de imagem, e identificam lesões. Outros radiofármacos também são úteis no tratamento e diagnóstico de doenças, afirmou.

Em relação às perspectivas para o tratamento do câncer, citou os sistemas com metalofármacos. Abordou o trabalho do centro CancerThera, onde atua há dois anos e meio, que tem o objetivo de estudar o uso de metais e metalofármacos no diagnóstico e tratamento do câncer. Mostrou o trabalho desenvolvido atualmente por seu grupo, com o desenvolvimento de novos fármacos, inclusive com o uso de compostos de cobre e alguns trabalhos publicados pelo grupo.

Ao final da live, o Professor Pedro Paulo Corbi respondeu às perguntas dos participantes. A live pode ser acessada em https://www.youtube.com/watch?v=yyY5_lVMdEU.

 

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