Abipla prevê retomada na produção este ano
Abipla prevê retomada na produção este ano
Despois da queda de 5,7% em 2022, entidade aposta em forte recuperação29 de junho de 2023, às 8h23 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos
A produção da indústria nacional de produtos saneantes registrou queda de 5,7% em 2022. Para este ano, a expectativa é de um crescimento ao redor de 2%, segundo projeção do Anuário da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (Abipla), que chega à sua 18ª edição. A publicação impressa foi apresentada esta semana durante evento na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e já está disponível para download no site da associação.
Num tom otimista, o prefácio assinado pela Química Juliana Marra, presidente da Abipla, salienta que o setor “se destacou na liderança de importantes fóruns de debate, como o recém-criado Instituto Nacional de Desenvolvimento da Química, braço direito na assessoria à Frente Parlamentar da Química [que atua no Congresso Nacional] e na aproximação institucional com o Conselho Federal de Química (CFQ) em ações que visam o combate à mistura de saneantes”, que muitos consumidores fazem imaginando que a medida poderá potencializar os produtos; ignorando que os resultados podem ser inversos e até fatais.
Para alertar sobre os riscos dessas misturas, Abipla e CFQ criaram um jogo de tabuleiro chamado Mistura Explosiva, que tem sido demonstrado em feiras técnicas e workshops como forma de conscientizar jornalistas e formadores de opinião sobre a importância de usar produtos registrados na Anvisa, seguir as instruções contidas em seus rótulos e não misturá-los.
Juliana Marra salienta que o combate à informalidade continua sendo um dos grandes desafios do setor. De acordo com a Abipla, os produtos de uso doméstico clandestinos representam 22% do mercado nacional, enquanto que os saneantes de uso profissional abocanham 18%. Considerando apenas os itens para uso doméstico, a informalidade representa algo ao redor de R$ 8 bilhões.
Apesar da queda na produção no ano passado, o diretor-executivo da Abipla, Paulo Engler, lembra que o setor, até por conta da preocupação das pessoas com a pandemia de Covid-19, viveu um período frenético nos anos de 2020 e 2021, mantendo o recorde histórico de produção alcançado em 2019. A queda registrada ano passado foi consequência não só do repasse da inflação aos preços dos produtos, mas também da diminuição da renda da população e do crescimento da oferta de produtos informais, entende Engler.
Contudo, Engler avalia que este ano deverá trazer boas novidades: “acreditamos na recuperação do índice de produção, estabilização dos preços e recuperação da renda da população”, finaliza o executivo no texto também publicado no anuário.
Parceria – O anuário da Abipla também traz um artigo assinado pelo presidente do Conselho Federal de Química, José de Ribamar Oliveira Filho. No texto, ele lembra que a aproximação entre as entidades se consolidou no auge da pandemia de Covid-19. Salientou de início as propostas “milagrosas” que ignoravam a ciência, citando como exemplo a instalação por várias prefeituras dos chamados túneis de desinfeção em locais de grande afluxo público. A ideia desses dispositivos era aspergir saneantes comuns sobre as roupas e pele das pessoas.
“Naquele momento, encontramos na Abipla a cooperação necessária, visto que era evidente a falta de comprovação da efetividade dos túneis e a inadequação dos saneantes escolhidos […] para tal fim. Oliveira Filho classificou como um “marco histórico” a nota conjunta assinada pelas duas entidades para a derrubada da proposta dos túneis de desinfecção em vários pontos do País, “em especial na cidade de São Paulo, onde o veto do então prefeito Bruno Covas baseou-se, entre outros argumentos, no estudo técnico conduzido por nós e pela Abipla.
Atualização – Em 13/07, a Abipla disponibilizou a 2ª reimpressão do anuário de 2023, acrescentando mais dados sobre o setor. A entidade dedicou duas páginas da publicação para salientar o papel dos profissionais da química e ressaltou as atividades desenvolvidas pela Comissão Técnica de Saneantes do CRQ-IV/SP, relacionando seus atuais integrantes. O link colocado ao final do primeiro parágrafo desta matéria já aponta para a edição mais atual da publicação.