USP terá a primeira estação de hidrogênio renovável a partir do etanol do mundo
USP terá a primeira estação de hidrogênio renovável a partir do etanol do mundo
Com inauguração prevista para o segundo semestre de 2024, unidade produzirá 4,5 quilos de combustível por hora11 de agosto de 2023, às 18h42 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos
A Cidade Universitária, onde está instalada a Universidade de São Paulo (USP), abrigará a primeira estação experimental de abastecimento de hidrogênio renovável a partir de etanol do mundo. A planta-piloto ocupará uma área de 425 metros quadrados e terá capacidade de produzir 4,5 quilos de hidrogênio por hora, quantidade suficiente para abastecer até três ônibus e um veículo leve. A previsão é de que a estação experimental esteja operando no segundo semestre de 2024.
“Há anos a USP tem feito um esforço muito grande para que a inovação fizesse parte de sua agenda e estivesse presente em todos os seus ambientes. O momento atual é muito propício, e é cada vez mais clara a importância da interação entre o governo, as empresas, as universidades, os empreendedores e as agências de financiamento de capital de risco para gerar conhecimento e inovação, transformando o Brasil em um país mais inclusivo, mais desenvolvido do ponto de vista econômico, social e ambiental”, afirmou o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior, na cerimônia que marcou o lançamento da planta-piloto da estação, realizada nesta quinta-feira, dia 10 de agosto, no auditório do prédio da Engenharia Mecânica da Escola Politécnica (Poli).
A iniciativa surge como uma solução de baixo carbono para o transporte pesado, incluindo caminhões e ônibus. Os veículos deixarão de utilizar diesel e os tradicionais motores a combustão interna para começar a usar hidrogênio produzido a partir do etanol e motores equipados com células a combustível (fuell cell).
O hidrogênio produzido na estação vai abastecer os ônibus cedidos pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU), que circularão exclusivamente dentro da Cidade Universitária, e também um veículo Mirai, cedido pela Toyota Brasil para testar a performance do hidrogênio.
“Tenho muito orgulho em saber que o primeiro reformador do mundo capaz de transformar etanol em hidrogênio, nessa escala, está sendo construído aqui no Brasil, em São Paulo, na USP. É um protagonismo muito grande do Estado de São Paulo e temos tudo para liderar o processo de transição energética, diminuindo a pegada de carbono, sendo um exemplo de sustentabilidade e economia circular para o mundo”, afirmou o governador Tarcísio de Freitas.
O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Marco Antonio Zago, ressaltou que “a ciência tem seu tempo. Esse projeto começou há mais ou menos 10 anos e só agora estão surgindo os primeiros resultados inovadores relevantes. Para dar suporte financeiro a projetos de longo prazo promissores como esse, é fundamental que as agências financiadoras tenham estabilidade ao longo do tempo. Curiosamente, no Brasil, apenas a Fapesp tem essa condição garantida pela legislação e pelo apoio constante do governo do Estado”.