Os fundamentos das Boas Práticas de Titulação, desde o preparo de soluções até os cuidados em métodos automatizados, foi o tema da live desta segunda feira no canal do CRQ-SP no YouTube. A palestrante foi a bacharel em química Ingrid Ferreira Costa, integrante da Comissão Técnica de Divulgação do CRQ-SP e de comitês nacionais da ABNT. A live, acompanhada por 370 pessoas, foi apresentada por Aislan Balza, Gerente de Relações Institucionais do CRQ-SP.

Ingrid abriu a palestra abordando o que é a técnica de titulação e como é feita em um laboratório industrial. Explicou que a titulação é basicamente determinar a concentração desconhecida de uma substância em solução, baseada na reação química entre duas substâncias, a titulante e a analito. As amostras podem ser sólidas, líquidas e gasosas, sendo as amostras líquidas as mais comuns. Ela falou sobre como realizar a titulação com os três tipos de amostras, e da importância de se ter uma metodologia específica para cada caso. Lembrou que existem diferentes métodos para se aferir a concentração de uma substância, sendo a titulação uma delas, não precisando ser utilizada obrigatoriamente, já que outras técnicas analíticas oferecem vantagens específicas em termos de sensibilidade, precisão, automação e capacidade de análise de amostras complexas.

Ela falou sobre a questão da sensibilidade, a importância da calibração dos aparatos usados na medição, da escolha do indicador e da concentração do titulante para se obter a máxima precisão do método. A temperatura, o pH e o tempo de reação devem ser rigorosamente controlados, e é muito importante prestar atenção na agitação correta para a reação química envolvida, frisou.

Falou sobre os cuidados que se deve ter com o titulante, com atenção para a preparação precisa da solução, e os cuidados em laboratório, inclusive com soluções químicas que reagem muito facilmente. Falou da importância de seguir a norma ABNT NBR 14.725 quando fizer a titulação, e os cuidados ao se utilizar soluções prontas para realizar este processo. Recomendou o uso de padrões primários para os fatores de correção e a importância de se fazer o descarte correto das soluções utilizadas, mesmo que estejam diluídas.

“Todos os profissionais de laboratório devem ser muito bons em química geral básica”

A seguir ela abordou os cuidados práticos com as amostras, listando os procedimentos a serem adotados desde a preparação, os cuidados com a pureza da amostra e sua homogeneização, principalmente em titulação manual, já que a sensibilidade do método é baixa. Falou também da importância das boas práticas de pesagem, e chamou a atenção para uma questão primordial: todos os profissionais de laboratório devem ser muito bons em química geral básica, alertou.

A seguir ela falou sobre procedimentos de ambientação com equipamentos como  bureta, pipeta e balança, tanto em métodos manuais quanto automatizados. Depois abordou os tipos de titulação, como a do ácido-base, da titulação com base forte e suas características, e com base fraca.

Ingrid mostrou o gráfico de uma curva de titulação e ensinou como interpretá-lo, abordando em detalhes o que acontece durante a reação química. Outro gráfico mostrou o que ocorre quando se trabalha com uma titulação ácido forte e base forte e com ácido fraco e base fraca.

Ela abordou a titulação de equivalência e suas características, mostrando exemplos de solução insaturada, solução saturada, solução supersaturada e solução saturada com corpo de fundo. Falou sobre a titulação Redox, que é outro tipo de titulação, que ocorre com agentes oxidantes e agentes redutores, e como ela é aplicada, e sobre a titulação complexométrica, que é a reação entre o íon metálico alvo e o ligante.

Ao final ela fez um resumo sobre as Boas Práticas e como escolher o método adequado para fazer a titulação.