Saneantes: queda de preços contribui para a saúde pública
Saneantes: queda de preços contribui para a saúde pública
Após forte pressão de custos nos últimos anos, setor apresenta evolução dos preços abaixo da inflação nacional5 de outubro de 2023, às 11h24 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos
De acordo com dados do IPCA, divulgados em setembro (tendo agosto como referência), 5 dos 11 produtos que compõem a cesta de artigos de limpeza apresentaram deflação mensal. Dessa forma, no período, o IPCA apontou uma deflação de 0,07%, enquanto o índice geral subiu 0,23%. No acumulado do ano, os artigos de limpeza tiveram alta de 2,80%, contra 3,23% do IPCA nacional. Para a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e Profissional (Abipla), este cenário demonstra a estabilidade da oferta de insumos produtivos e favorece as perspectivas setoriais para o último trimestre de 2023. “O Brasil é, hoje, o 4º maior mercado mundial de saneantes, ultrapassando a Índia. São mais de 8.170 fábricas, instaladas em 1.100 municípios. Isso mostra o potencial que temos para crescer”, aponta Paulo Engler, diretor-executivo da entidade.
Dos itens que apresentaram deflação, muitos são essenciais para a limpeza adequada de ambientes e superfícies, como a água sanitária (que caiu 0,92%) e o desinfetante (-0,28%). “A saúde pública ganha muito quando o acesso a esses itens melhora na economia brasileira”, diz Engler, que complementa: “Os últimos três anos foram um período em que nosso setor foi muito pressionado pelos aumentos de custos de produção. Felizmente, vemos uma estabilização nos valores de combustíveis, energia e das matérias-primas importadas, o que permite que os fabricantes adequem seus planejamentos e possam repassar eventuais quedas nos preços ao mercado”, completa.
O cenário de estabilidade de preços, por sinal, já teve reflexos na produção industrial do setor no 1º semestre de 2023. De janeiro a junho, a fabricação de saneantes acumulou alta de 9,7% sobre o mesmo período do ano passado, o que, para Engler, demonstra que a queda de 5,7% na produção, em 2022, foi um fenômeno pontual e não uma indicação de tendência. “A recuperação acentuada no 1º semestre provou que nosso setor nunca viveu um problema de demanda em face da conjuntura econômica, mas, sim, de ajuste de mercado. Dessa forma, acredito que podemos ter um resultado superior ao projetado no ano, que é de uma alta setorial de 2% em 2023. Devemos surpreender, com um crescimento mais expressivo”, analisa.
Por conta deste cenário, há otimismo entre os empresários do setor. Segundo o ICEI – Índice de Confiança do Empresário Industrial Setorial, da CNI – Confederação Nacional da Indústria, os fabricantes de produtos de higiene e limpeza são o 2º segmento industrial mais confiante em setembro, com índice de 54,8 pontos – apenas para ilustrar, o índice nacional geral atual é de 51,7 pontos (a pontuação acima de 50 indica otimismo e resultados abaixo deste número apontam pessimismo entre os empresários industriais).
O próprio retrospecto do setor nos últimos anos colabora para este sentimento. Exemplo disso é que a alta na produção acumulada desde 2018 foi 160% maior que o crescimento geral da indústria no período. Em números, enquanto a indústria brasileira cresceu pouco menos de 2% nos últimos cinco anos, o setor de saneantes acumulou evolução de 5,2%. “Apesar da volatilidade nos anos de pandemia, temos acumulado um crescimento consistente em médio e longo prazos”, finaliza o diretor-executivo.
Com informações da Abipla
Atualizado em 06/10/2023