Marca do CRQ para impressão
Disponível em <https://crqsp.org.br/qualidade-na-industria-cosmetica/>.
Acesso em 21/11/2024 às 07h43.

Qualidade na indústria cosmética

Qualidade na indústria cosmética

Live promovida pela Comissão Técnica de Cosméticos analisou a importância da química no setor

14 de novembro de 2024, às 16h13 - Tempo de leitura aproximado: 5 minutos

A Comissão Técnica de Cosméticos do CRQ-SP preparou um seminário com três palestrantes para comemorar o Dia Mundial da Qualidade, celebrado em 14 de novembro. O seminário foi transmitido ao vivo no canal do CRQ-IV/SP no Youtube, e teve mais de 240 participantes durante a transmissão.

Os palestrantes foram Fernando Rodrigues, Técnico em Química, especializado em legislação; Carolina Vieira dos Santos, bacharel em Química Industrial, com experiência em desenvolvimento de produtos, e Kátia Nunes, Química Industrial e Cosmetóloga, com experiência em pesquisa, desenvolvimento e gestão de projetos de cosméticos. A mediação foi feita por Tamara Gers, química formada pelas Universidades Mackenzie e FAAP.

Boas Práticas de laboratório

 

 

A primeira palestra, com Fernando Rodrigues, teve o tema Boas Práticas de laboratório -BPL. Ele disse que BPL é um conjunto de normas, procedimentos e atitudes de segurança aplicados a laboratórios analíticos, de microbiologia e outros, com o objetivo de garantir a confiabilidade dos resultados analíticos. Outro objetivo é minimizar acidentes, lesões e contaminações. Ele falou sobre a legislação, como a RDC 512/2021 e a ISSO 17025/2017, que trata dos requisitos para laboratórios de ensaio e de calibração e afirmou que as boas práticas de laboratório garantem a confiabilidade dos resultados, evitam e previnem acidentes.

Fernando Rodrigues falou sobre as metodologias de análise e a importância de serem atualizadas e claras, e abordou também a questão de como são feitos os registros no laboratório. Falou sobre o manuseio dos equipamentos, que não podem ser manejados por pessoas não autorizadas ou não qualificadas, e devem estar sempre calibrados e limpos. Falou sobre a manutenção e uso das vidrarias e a importância de se conhecer os produtos químicos, as soluções e suas características, como inflamáveis, corrosivos, voláteis e oxidantes, por exemplo. Abordou a questão da sinalização dos produtos e a classificação de risco no esquema intitulado Diamante de Hommel. Falou sobre a FSPQ/FDS, Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos e a Ficha de Dados de Segurança, que são extremamente importantes.

Qualidade das matérias primas

 

 

A palestra de Katia Nunes foi sobre qualidade das matérias-primas na indústria cosmética. Ela falou da importância de se manter as boas práticas de laboratório para se ter qualidade nas matérias primas utilizadas. Citou as principais matérias primas para cosméticos, como a água, umectantes, emolientes, espessantes, tensoativos e fragrâncias, entre outros, e afirmou que o controle de qualidade nas matérias primas cosméticas garante a segurança para o consumidor final, a manutenção da eficácia e qualidade do produto final e a conformidade com as normas e regulamentações.

Citou a importância de se ter um bom gerenciamento de matérias primas para evitar o desperdício, otimizar o uso dos insumos e evitar a deterioração. Abordou os ensaios a serem feitos em laboratório de microbiologia e em laboratório físico-químico e os ensaios que devem ser feitos em matérias primas e embalagens.

Katia alertou que a amostragem é uma das etapas mais importantes dentro do processo do controle de qualidade e na análise das matérias primas. Abordou a legislação sobre amostragem, como a NBR5426, e a importância de se ter um plano de amostragem.  Também falou sobre a questão da homologação de fornecedores de matéria prima e da avaliação técnica prévia de especificação, mostrando qual a sequência de aprovação das matérias primas, ou eventual rejeição e busca por outro fornecedor.  Abordou a questão das especificações técnicas de matéria prima, do laudo técnico, e mostrou como se faz a avaliação analítica dos insumos a partir de um plano de controle da matéria prima.

Ela falou sobre os parâmetros de análise, que incluem testes organolépticos, e mostrou um modelo de especificação técnica, citando os métodos de análise, que devem ser feitas em conjunto com o fornecedor. Falou sobre os parâmetros para água potável e sobre um tema que levanta muitas dúvidas, os insumos aprovados com restrição e quando e como esses insumos podem ser utilizados. Ao final ela falou sobre auditoria de produto e as análises de contaminação bacteriológica, e como é importante adotar um dossiê do produto para manter evidências documentadas de base técnico-científica que fornecem alto grau de confiabilidade do processo de produção.

Desenvolvimento de produtos cosméticos

 

 

Carolina dos Santos falou sobre as etapas para o desenvolvimento de produtos cosméticos. Explicou que a qualidade de um produto cosmético é o resultado de um processo contínuo, e o controle de qualidade vai definir se o produto está apto para ser vendido. Citou os 5S da metodologia da qualidade no P&D e explicou o que cada um significa: o senso de utilização, senso de organização, senso de limpeza, senso de padronização e senso de autodisciplina. Falou da importância de se seguir rigorosamente as boas práticas de fabricação para garantir que a produção ocorra em um ambiente controlado, limpo e seguro.

Carolina lembrou que as matérias primas estão diretamente ligadas com a qualidade do produto final, e os fornecedores precisam seguir um padrão,  por isso as auditorias são importantes. Disse ainda que a rastreabilidade é importante para comprovação de origem das matérias primas. Abordou a questão do uso de EPIs, ou equipamentos de proteção individual, como luvas, óculos de proteção e máscaras.

Ela falou das etapas do desenvolvimento de produtos e da necessidade de se manter a estabilidade dos produtos cosméticos, que podem ser afetados por temperatura e umidade, e por isso é necessário fazer testes de estabilidade química, física e sensorial. Também falou sobre a importância dos testes microbiológicos, para avaliar a presença e o controle de microrganismos, e dos testes de eficácia, para demonstrar que os produtos cumprem a função para a qual foram desenvolvidos.

Ao final os palestrantes responderam às perguntas dos participantes. A live está disponível aqui.

Compartilhar