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Acesso em 23/11/2024 às 14h39.

Projeto Inspiração faz live sobre novos materiais e técnicas verdes

Projeto Inspiração faz live sobre novos materiais e técnicas verdes

Reaproveitamento de efluentes e carbonos mesoporosos foram alguns dos temas abordados

27 de setembro de 2023, às 12h34 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos

 

O Projeto Inspiração, realizado pelo CRQ-IV/SP em parceria com o comitê Jovens Pesquisadores, da Sociedade Brasileira de Química, promoveu mais uma live no YouTube.

O objetivo do projeto é divulgar os trabalhos realizados por jovens cientistas em centros de pesquisas do país e, desta forma, incentivar o interesse pela Química entre os estudantes. O tema da live desta terça-feira foi “Futuro sustentável, novos materiais e técnicas verdes”. A mediação foi de Patricia Orii, coordenadora das Comissões Técnicas do CRQ-IV/SP.

 

Química verde

 

 

A primeira palestrante foi Alessandra Schneider Henn, formada em Química Industrial pela Universidade Federal de Santa Maria e pesquisadora de pós-doutorado em química analítica com bolsa concedida pelo CNPq. Ela falou sobre o tema “Estratégias Avançadas para a Determinação Elementar”.

Alessandra explicou que a química analítica é uma ferramenta importante em várias áreas: para diagnóstico de doenças, em análises de sangue e unhas, por exemplo; para avaliar riscos ambientais; para fazer controle de qualidade de produtos, como alimentos e fármacos; e também é importante na área forense. A química analítica utiliza métodos clássicos, como volumetria e gravimetria, e também métodos instrumentais, com uso de equipamentos, como a cromatografia, a potenciometria e a espectrometria.

Ela citou as 5 técnicas abrangidas especificamente pela espectrometria e abordou em detalhes duas delas: a espectrometria de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado (ICP-OES) e a espectrometria de massa com plasma indutivamente acoplado (ICM-MS), explicando como funcionam. Mostrou os 12 princípios da química analítica verde, que prevê, por exemplo, a mínima quantidade de amostras, a minimização da quantidade de energia utilizada e evita a geração de grandes quantidades de resíduos.

A seguir Alessandra falou sobre a combustão iniciada por micro-ondas, um método que reúne algumas vantagens da decomposição por via úmida assistida por micro-ondas e da decomposição por combustão em sistema fechado, e deu detalhes sobre todo o processo. Este método foi utilizado para um dos estudos que ela apresentou, a análise de amostras de carvão como fonte dos elementos estratégicos selênio e telúrio, por meio do uso de técnicas da química verde.

Na sequência ela apresentou em detalhes outro trabalho, este sobre a análise direta do carvão, com determinação da presença de arsênio e antimônio. Foi utilizada vaporização eletrotérmica acoplada à espectrometria de massa com plasma indutivamente acoplado e técnicas da química verde, o que permitiu menor consumo de reagentes e menor geração de resíduos, entre outras vantagens.

Ao final Alessandra mostrou como é feita a análise isotópica, método que permite saber, por exemplo, se uma amostra de mel é natural, qual a origem da dinamite usada eventualmente em um ataque terrorista, sendo também capaz de identificar fraudes em vinhos e azeite de oliva, por exemplo. Ela aprendeu a utilizar a análise isotópica na Bélgica, método que vem sendo bastante utilizado, mas que ainda não é comum no Brasil. Ao final deu detalhes de um trabalho de análise isotópica de amostras de petróleo do pré-sal.

 

Carbonos mesoporosos

 

 

A segunda palestra do Projeto Inspiração foi com Rayane Silva, licenciada em Química pela Universidade Federal de Viçosa, mestre e doutora em Ciências Químicas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com atuação no GRUTAM, Grupo de Tecnologias Ambientais da UFMG. Ela falou sobre “Materiais Sustentáveis para Aplicações Ambientais e Tecnológicas”.

Rayane abordou suas linhas de pesquisa, em áreas como reaproveitamento de resíduos, design de materiais de carbono, armazenamento de energia, tratamento de efluentes e descarbonização, todas tendo como objetivo a sustentabilidade.

Ela iniciou a palestra mostrando o projeto desenvolvido em seu mestrado sobre o aproveitamento de resíduos da mineração do ferro, e o tratamento de efluentes, com produção de material de valor agregado, como nanotubos de carbono a partir dos rejeitos de mineração. Como resultado foram produzidos dois tipos de nanotubos, a partir de etileno e de acetonitrila.

A seguir Rayane mostrou o trabalho desenvolvido em seu doutorado com materiais de carbono ricos em mesoporosos e seu uso para tratamento de efluentes. O material também pode ser usado em outras aplicações, como baterias de alto rendimento, um material bastante versátil. A seguir ela mostrou em detalhes as técnicas específicas para produzir carbonos mesoporosos, com sílicas mesoporosas e a técnica livre de solvente, por exemplo, e detalhou os resultados obtidos.

A seguir mostrou o trabalho de doutorado e pós-doutorado desenvolvido sobre armazenamento de energia no CTNano, Centro de Tecnologia em Nanomateriais e Grafeno da UFMG sobre carbonos mesoporosos sustentáveis. O trabalho visava a produção de carbonos mesoporosos a partir de biomassa para produção de baterias de lítio e enxofre a partir da demanda de fabricantes de veículos elétricos. Mostrou os trabalhos de alunos da UFMG em que orienta, sobre materiais sustentáveis e uso de nanotubos de carbono para remoção de contaminantes.

Rayane mostrou as pesquisas materiais sustentáveis a partir dos carbonos mesoporosos desenvolvidos por estudantes de pós-graduação.

Ao final as duas palestrantes responderam às perguntas dos participantes. A live está disponível na página do YouTube do CRQ-IV/SP: https://www.youtube.com/watch?v=K4p6Mt5RgPM

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