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Acesso em 08/11/2024 às 01h02.

Pesquisa da UFRJ identifica canabidiol em planta nativa brasileira

Pesquisa da UFRJ identifica canabidiol em planta nativa brasileira

Descoberta abre possibilidade de uso medicinal sem restrições legais

13 de junho de 2023, às 14h17 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

Ao contrário da cannabis sativa, a Trema micrantha Blume não possui entre os seus componentes químicos o Tetrahidrocanabinol – Foto: Wikimedia Commons

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) identificaram canabidiol (CBD) nos frutos e flores de uma espécie nativa brasileira, a Trema micrantha Blume. A descoberta levanta a possibilidade de uso legal da substância para fins medicinais, uma vez que as normas atuais do país proíbem plantio e uso de plantas das quais possam ser produzidas drogas alucinógenas. A espécie brasileira, ao contrário da Cannabis sativa (nome científico da maconha), não possui entre os componentes químicos o Tetrahidrocanabinol (THC), de efeito psicoativo.

A Cannabis tem uso medicinal e industrial autorizado em países como os Estados Unidos, Canadá e Portugal. Mas no Brasil, o Congresso ainda discute a liberação do cultivo da planta. Ações judiciais e medidas liminares têm garantido o cultivo da Cannabis ou a importação do canabidiol em casos isolados. 

O professor do Instituto de Biologia da UFRJ e coordenador da pesquisa, Rodrigo Soares Moura Neto, explica que a planta nativa brasileira conseguiria fugir das barreiras legais impostas hoje à Cannabis.

“Quando você vende canabidiol, a Anvisa impõe uma restrição na fórmula, que só pode ter 0,2% de THC. No caso da planta brasileira, isso não seria um problema, porque não existe nada de THC nela. Também não haveria a restrição jurídica de plantio, porque ela pode ser plantada à vontade. Na verdade, ela já está espalhada pelo Brasil inteiro. Seria uma fonte mais fácil e barata de obter o canabidiol”, disse.

No estágio atual, cerca de 10 pesquisadores – entre químicos, biólogos, geneticistas e botânicos – estão mapeando os métodos mais eficazes de análise e extração do canabidiol da planta. Em seis meses, está previsto o fim da primeira fase, e o início dos processos in vitro, quando vai ser analisado se o componente tem a mesma atividade que o canabidiol extraído da Cannabis sativa.

Cientistas têm apontado os benefícios do canabidiol no alívio da dor neuropática, em tratamentos de distúrbios psiquiátricos e neurodegenerativos, e como analgésico adjuvante nos casos de câncer em estágio avançado.

Com informações da Agência Brasil

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