Novas estratégias terapêuticas no tratamento do HIV-AIDS
Novas estratégias terapêuticas no tratamento do HIV-AIDS
Live no canal do CRQ-SP no YouTube marcou o Dia Mundial de Combate à AIDS2 de dezembro de 2024, às 15h51 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos
O CRQ-IV/SP promoveu em seu canal do YouTube uma live sobre novas estratégias terapêuticas no tratamento do HIV-AIDS para marcar o Dia Mundial de Combate à AIDS, transcorrido em 1º de dezembro. A palestrante convidada foi a química Juliana Romano Lopes, pesquisadora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da UNESP de Araraquara na área de Química Medicinal. A mediadora foi a química Danielle da Costa Silva, que tem especialização em Informática em Saúde.
A importância dos antiretrovirais
Juliana Romano abriu a palestra mostrando dados sobre HIV, e informou que em 2023 havia 39,9 milhões de pessoas vivendo com HIV no mundo inteiro, sendo 5,4 milhões sem saber que são portadores da doença. Ela apontou as metas globais até 2030 para que as pessoas diagnosticadas com a doença façam o tratamento. Abordou as principais formas de propagação da infecção por HIV e as fases da doença. Falou sobre o ciclo de vida do HIV e como é feito o tratamento com antiretrovirais, detalhando as classes de fármacos utilizadas no tratamento. Lembrou que a infecção por HIV ainda não tem cura, e por este motivo o tratamento deve ser mantido por toda a vida do paciente.
Disse que os antiretrovirais são essenciais, e foram responsáveis por fazer com que a infecção por HIV passasse de uma doença letal a uma doença crônica, desde que o paciente mantenha o tratamento de maneira ininterrupta. Lembrou que o tratamento possui toxicidade, podendo causar disfunções renais e hepáticas e doenças gastrointestinais, entre outros problemas. Existem mais de 40 tipos de antiretrovirais e atualmente os pesquisadores buscam medicamentos com menor toxicidade. Ela informou que a ANVISA aprovou este ano a combinação de dois fármacos, dolutegravir e lamivudina, com um regime de dosagem simplificada em um único comprimido, o que facilita a adesão do paciente ao tratamento.
Novas estratégias contra o reservatório latente
Juliana Romano explicou por que o paciente não pode parar o tratamento com antiretrovirais por causa de um efeito denominado reservatório latente, que pode propagar a infecção novamente, mesmo que ela já esteja reduzida, causando o chamado efeito rebote. Ela mostrou as formas utilizadas para eliminar este reservatório latente, em uma estratégia denominada kick-and-kill, e falou sobre as enzimas utilizadas para o desenvolvimento de agentes reversores de latência e os mecanismos utilizados para esta ação. Também abordou outra estratégia mais recente para eliminar o reservatório latente, chamada block and lock.
Juliana Romano mostrou três estudos clínicos sobre a estratégia kick-and-kill em humanos e seus resultados, e também o estudo clínico mais recente sobre a terapia antiretroviral, denominado The River Trial, trabalho importante publicado no Reino Unido. Explicou as conclusões desses estudos e explanou as perspectivas e desafios dos tratamentos atuais para eliminação do reservatório latente. Ao final ela mostrou trabalhos de seu grupo de pesquisas sobre o tema e falou sobre o papel dos químicos no desenvolvimento das terapias antiretrovirais. Ao final respondeu às perguntas dos participantes.
A palestra foi assistida ao vivo por mais de 100 pessoas e está disponível no canal do CRQ-IV/SP em https://www.youtube.com/watch?v=zJG97AjE4VM.