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Acesso em 21/05/2024 às 12h50.

Em live, especialistas da Cetesb falaram sobre acidentes químicos

Em live, especialistas da Cetesb falaram sobre acidentes químicos

29 de abril de 2024, às 17h57 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

 

Em alusão ao Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho (28 de abril), a Comissão Técnica de Segurança Química do CRQ-IV/SP realizou hoje, 29, uma live com dois profissionais da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), com vasta experiência na área de gestão de risco tecnológico e atendimento a emergências, a fim de debaterem ao vivo sobre os principais fatores que contribuem para os acidentes químicos, bem como estratégias eficazes para preveni-los e lidar com emergências.

O encontro foi realizado em formato de entrevista direcionada ao Químico Sandro Roberto Tomaz, que possui mais de 20 anos de experiência na área de análise de risco tecnológico, e ao Químico Edson Haddad, que atua no setor de atendimento a emergências da Cetesb.

Tomaz começou esclarecendo que a Norma Cetesb P4.261, que trata sobre o risco de acidente de origem tecnológica, começou a ser pensada a partir de 84, após um grande acidente com duto de gasolina que causou o vazamento do produto seguido de incêndio de grandes proporções. A partir do ocorrido, a Cetesb começou a elaborar metodologias visando a prevenção de acidentes, e não somente a correção.

Estão sujeitas a essa norma as empresas do estado de São Paulo que são licenciáveis pela Cetesb e que manipulam substâncias que podem causar algum dano ao ser humano ou ao meio ambiente, especialmente substâncias inflamáveis ou tóxicas. Dependendo da quantidade manipulada e do entorno da empresa, a norma solicitará um estudo de análise de risco para avaliar os possíveis perigos oferecidos a população e ao meio ambiente. Esse estudo pode indicar, por exemplo, que o projeto não é viável para aquele local.

Uma população externa ao empreendimento não pode estar sujeita a um risco significativamente maior do que já estaria sujeito no seu dia a dia. Ao quantificar esse risco é possível identificar, por exemplo, se será necessário que a empresa implemente medidas adicionais de segurança e boas práticas para que o risco seja considerado tolerável pela legislação. Empresas que não cumprem as diretrizes estabelecidas pela norma estão sujeitas a não renovação da licença para atuação e sanções administrativas como advertência e multa.

E quais são os pontos observados pela fiscalização quanto às questões de gestão de risco tecnológico em indústrias químicas? Tomaz explica que periodicamente a Cetesb realiza auditorias nas empresas licenciáveis para verificar se a elas estão cumprindo com o seu programa de gerenciamento de riscos. Podem ser solicitados documentos como registros de treinamento de emergências químicas dos funcionários, atualização do sistema de proteção a incêndio, plano de ação de emergência, recursos disponíveis, estrutura organizacional, entre outros.

Questionado sobre as causas mais recorrentes dos acidentes químicos, Edson Haddad explica que eles são ocasionados em sua maioria por falha humana. Por isso, é fundamental que hajam treinamentos e procedimentos bem estabelecidos para minimizar as ocorrências. A alta direção da empresa também é peça fundamental nesse processo. Nos três últimos anos, segundo ele, é possível observar um decréscimo no número dos acidentes químicos, que têm sido em torno de 360 ao ano.

Ele explicou ainda como funciona o setor de atendimento à emergência da Cetesb e como acontecem os atendimentos, desde o acionamento das equipes, identificação da substância química envolvida, sinalização da área do acidente, definição das zonas de trabalho, ações de controle da emergência e gerenciamento dos resíduos.

Os questionamentos apresentados durante o encontro foram feitos pela Engenheira Química Ana Maria Menegazzo, pela Química Sandra Quintanilha e pelo Engenheiro Ambiental Marcus da Matta, membros da Comissão Técnica de Segurança Química do CRQ-IV/SP e especialistas na área.

Diversos outros pontos foram debatidos na live, que segue disponível no canal do Conselho no YouTube. Acesse aqui.

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