Live tratou sobre as resinas poliéster insaturadas
Live tratou sobre as resinas poliéster insaturadas
Esteve em pauta o processo produtivo e os tipos de aplicações12 de agosto de 2024, às 17h18 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos
Na live transmitida hoje, 12, o Engenheiro Químico Marcelo Jesus da Gama falou sobre a definição, o processo produtivo e os tipos de aplicações das resinas poliéster insaturadas. A live foi organizada pela Comissão Técnica de Elastômeros e Polímeros e transmitida pelo canal do Conselho no YouTube.
Gama, que possui 25 anos de experiência na área, deu início a palestra explicando as diferenças entre polímeros reforçados e não reforçados. Enquanto os reforçados são compostos por materiais como fibra de vidro, carbono e aramidas, os não reforçados incluem materiais cerâmicos, metálicos, naturais ou reciclados. Ele também destacou os dois tipos principais de plásticos: os termoplásticos, que podem ser moldados e conformados por aquecimento, como o polietileno e o acetato de polivinila; e os termofixos, como o epóxi e o poliéster insaturado, que não podem ser fundidos ou conformados após a cura.
O poliéster insaturado é utilizado em diversos segmentos da indústria e sua história tem início na década de 1930. Sua produção envolve uma reação de esterificação, que ocorre a partir da mistura de ácido saturado, ácido insaturado e glicol dentro de um reator sob condições controladas de pressão, temperatura e injeção de nitrogênio. Após essa etapa, o polímero é transferido para um tanque de diluição, onde são acrescentados aditivos e estireno para gerar o produto final. Todas as matérias-primas utilizadas são derivadas do petróleo.
De acordo com o Engenheiro Químico, o controle da reação de esterificação é feito a partir do índice de acidez e viscosidade, que variam de acordo com a aplicação desejada para aquela resina. O tipo de glicol utilizado na produção também influencia diretamente nas propriedades da resina final. O monoetilenoglicol, por exemplo, proporciona mais rigidez, enquanto o dietilenoglicol aumenta a flexibilidade e a resistência. Entre os ácidos saturados, o anidrido oroftálico é o mais utilizado devido ao seu baixo custo e alta compatibilidade com o estireno. Já o ácido isoftálico oferece maior resistência ao impacto, à água e a produtos químicos. Os ácidos insaturados, como o anidrido maleico e o ácido fumárico, são responsáveis por controlar a reatividade da resina, influenciando a liberação de calor e as propriedades mecânicas.
Aplicação – Apesar de pouco utilizada no Brasil, ela pode ser utilizada em diversos setores, como construção civil, indústria náutica, transporte, telecomunicações, infraestrutura, entre outros. Uma inovação mencionada pelo especialista foi o uso de garrafas PET recicladas na produção das resinas poliéster insaturadas. Cerca de 30% das embalagens recicladas são destinadas à fabricação dessas resinas.
Gama explicou que existem vários processos de aplicação da resina. O Hand lay-up, por exemplo, é um método simples e manual ainda muito utilizado no Brasil. Conhecido também como laminação manual, ele consiste na moldagem por contato, feita em moldes abertos por meio de um rolo, sendo realizado a frio. Outro processo é o Spray-Up, ou laminação por atomização, que também utiliza moldes abertos e é realizado a frio, mas com o uso de uma pistola para aplicação da resina.
Como exemplo de prensagem a quente, Gama mencionou o Filament winding e a Pultrusão, processos que utilizam cerca de 70% de fibra de vidro e somente 30% de resina. A fibra de vidro tem sido utilizada de forma promissora na produção de postes de vidro, em substituição aos postes de concreto, oferecendo mais leveza, facilidade de transporte e resistência, inclusive à corrosão.
De acordo com as necessidades e com o devido cuidado, Gama disse ser possível inserir uma série de aditivos às resinas: aceleradores para acelerar a reação, como o dimetilanilina e o dietanolamina; inibidores para retardar a reação, como o toluhidroquinona e o TBC; absorvedores de UV, para materiais que ficam expostos a intempéries; agentes desaeradores para tirar bolhas da resina; corantes e pigmentos, entre outros aditivos.
O encontro foi mediado pela Química Industrial Karina Daruich, membro da Comissão Técnica de Elastômeros e Polímeros. A gravação da live segue disponível no canal do Conselho no YouTube. Clique aqui para assistir.
Curso – De 9 a 12 de setembro, o CRQ-IV/SP ofertará o curso on-line “Introdução a Blendas e Compósitos Poliméricos Termoplásticos”, que abordará a preparação, o processamento e as aplicações desses materiais, com apresentação de estudos de caso. Clique aqui para se inscrever.