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Acesso em 06/12/2024 às 11h52.

Caso das enchentes no Rio Grande do Sul foi discutido em live

Caso das enchentes no Rio Grande do Sul foi discutido em live

Especialistas falaram sobre segurança hídrica, doenças ocasionadas por enchentes e expectativas para o futuro

12 de junho de 2024, às 17h21 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos

 

Por meio da Comissão Técnica de Serviços de Saúde, o CRQ-IV/SP realizou nesta quarta-feira, 12, a live “Eventos climáticos extremos e a gestão da calamidade pública – O caso do Rio Grande do Sul” para debater sobre segurança hídrica, doenças ocasionadas por enchentes, alternativas de apoio e expectativas para o futuro.

O primeiro palestrante foi o Engenheiro Ambiental Fernando Mainardi Fan, Mestre e Doutor em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental e Professor do Departamento de Obras Hidráulicas (DOH) do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Ele iniciou a sua apresentação explicando que em alguns pontos do Rio Grande do Sul a precipitação acumulada entre os meses de abril e maio ultrapassou 1000 milímetros por dia, sendo que a média anual de precipitação no Estado é de cerca de 1500 milímetros. A cheia deste ano ultrapassou em aproximadamente 1,70 metros a grande cheia de 1919, que já havia devastado a região.

 

 

A capital Porto Alegre possui um sistema de proteção contra cheias que foi implementado após a ocorrência de enchentes em 1941 e 1960. O sistema é composto por diques que barram a entrada da água e por bombas que jogam as águas acumuladas na cidade para fora dela. Entretanto, com o rápido aumento do nível da água e possível falta de manutenção, o sistema parou de funcionar. As regiões mais afetadas pela enchente foram Eldorado do Sul, Estrela, Canoas, São Leopoldo e Roca Sales.

A atuação do IPH durante o desastre – O IPH atuou em mais de 20 frentes no combate à crise no Rio Grande do Sul. Entre as iniciativas, estão o mapeamento de áreas de perigo, a elaboração de documentos e notas técnicas para orientar o enfrentamento à crise, previsão dos níveis do rio Guaíba, sempre com comunicação rápida para a sociedade, ações de resgates, coletas de amostras do rio para detectar a presença de patógenos e resíduos químicos e físicos na água, entre outras.

O instituto também elaborou uma nota técnica que apresenta critérios para adaptação à mudança climática para aplicação em projetos de infraestrutura, mapeamento de áreas de risco e planejamento.

“As pesquisas sugerem que esses eventos têm tudo a ver com os impactos da mudança climática e como teve muita destruição nesse evento nós rapidamente elaboramos, a partir de pesquisas financiadas pela Agência Nacional de Águas, critérios para a reconstrução da região do Rio Grande do Sul”, disse Fan.

Doenças pós-enchentes – Em seguida, o Químico Industrial Clay Bergamo falou sobre as doenças virais e bacterianas propagadas em situações de alagamento. Ele é especialista na área de higienização hospitalar, controle de pragas e campanhas de saúde pública em âmbito nacional e internacional.

Ele explicou que durante os alagamentos ocorre o transbordamento de esgotos, que causam doenças gastrointestinais seja por contato ou ingestão da água contaminada.

 

 

Segundo evidências colhidas a partir de outras grandes enchentes que ocorreram no mundo em anos recentes, a tendência é que haja agora um aumento importante nos casos de diversas doenças infecciosas, como diarreias, problemas respiratórios, leptospirose, tétano, hepatite A, dengue, entre outras.

Essas ocorrências exigirão uma série de medidas por parte do poder público, como a mobilização do centro de zoonoses e vacinação em massa, no caso da dengue e do tétano, por exemplo.

Depoimento – As palestras foram finalizadas com o depoimento do Técnico em Química e Engenheiro Industrial Marco Aurélio de Oliveira Filho, que reside na cidade de Canoas, uma das mais afetadas pela enchente. Ele atua na Braskem e presta serviços de consultoria para indústrias de bebidas.

Ele contou que o lado leste da cidade, onde está grande parte da população, foi a parte mais afetada, e o que se vê na cidade hoje são ruas cheias de entulhos, um cheiro muito forte e as pessoas tentando retornar para as suas casas para limpar e salvar o que restou.

Marco Aurélio pediu ainda que as pessoas continuem ajudando o Rio Grande do Sul e optem por consumir produtos de empresas gaúchas como forma de ajudar o mercado local.

O encontro foi mediado por Leda Longhi, Técnica em Química, Enfermeira, Pós-graduada em Administração Hospitalar, e por Danielle da Costa Silva, Química com experiência na área de Química Medicinal Farmacêutica, Informática em Saúde, Química de Produtos Naturais e Bioinformática.

A live segue disponível em nosso canal no YouTube. Acesse aqui.

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