Live abordou o uso de IA em laboratórios químicos
Live abordou o uso de IA em laboratórios químicos
Evento ao vivo foi transmitido nesta segunda-feira pelo canal do Conselho no YouTube1 de abril de 2024, às 17h59 - Tempo de leitura aproximado: 5 minutos
A revolução que a Inteligência Artificial (IA) vem causando em vários setores, inclusive nos laboratórios e indústrias químicas, foi o tema da live que a Comissão Técnica de Divulgação (CTDIV) do CRQ-IV/SP promoveu nesta segunda-feira, dia 01/04. Sob a mediação Ingrid Ferreira da Costa, Bacharel em Química com Atribuições Tecnológicas e, entre outros títulos, reconhecida como primeira Química LinkedIn Creator, em 2022, Top Voice neste ano pela mesma plataforma, e integrante da CTDIV, o entrevistado foi o Felippe Domingos, Engenheiro Químico e Diretor de Tecnologia da ACTIZ Sistema para Controle de Qualidade. Com mais de 20 anos de experiência em empresas que vão da área farmacêutica aos laboratórios forenses, seu empenho está em democratizar o acesso a transformação digital nos laboratórios através de tecnologias inovadoras, como o ActizLab, que é uma evolução do conhecido Sistema LIMS.
Ingrid Costa abriu a live afirmando conhecer muitos laboratórios que usam uma das mais populares IAs, o ChatGPT, mas advertiu que é preciso cuidado para não acreditar apenas nas respostas dadas por essa ferramenta. É importante que os resultados sejam supervisionados por um profissional. A IA vem transformando radicalmente a operação dos laboratórios, mas isso não quer dizer que essa tecnologia reduzirá os empregos no setor, afirmou.
Para Felippe Domingos, esse é o momento para os profissionais da química e os estudantes da área aprenderem como a IA está transformando os laboratórios. A ACTIZ, que segundo a própria empresa, é uma evolução do Sistema LIMS, foi criada para ajudar laboratórios de todos os tamanhos a alcançarem a modernização, com soluções digitais de ponta e acessíveis, de fácil implementação e alta usabilidade.
A adoção da IA, salientou Domingos, não é algo que começou no ano passado. Trata-se de algo que vem sendo usado há muito tempo, afirmou. Na sequência, o especialista questionou quais seriam os grandes desafios para essa tecnologia mudar a Química e melhorar seus processos. Para chegarmos a isso, respondeu, é preciso treinar a IA para que possamos extrair as respostas de que precisamos.
Para o diretor da ACTIZ, as principais vantagens de aplicações da IA em laboratórios estão nas análises de dados mais rápidas, na classificação e identificação de amostras, na previsão de falhas em equipamentos e na otimização de processos de produção.
Analisar grandes conjuntos de informações é o que a IA possibilita, disse Domingos. Contudo, ele chamou a atenção para que se adote um modelo de aprendizado de máquina que possibilite identificar padrões dentro de uma massa de dados.
Quando olhamos para um laboratório do futuro, comentou, é preciso que ele tenha a capacidade de prever eventos que hoje não são previsíveis. E isso só será possível se houver a certeza de que se está trabalhado com dados transparentes. Aquele dado gerado que é subsídio para sua decisão precisa ser transparente e essa é uma preocupação que já vem sendo manifestada há algum tempo pelo Parlamento Europeu, pela Organização das Nações Unidas e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
Felippe Domingos avaliou que os principais desafios dos laboratórios químicos atualmente são dar conta do volume crescente de amostra de dados, a necessidade de precisão e confiabilidade de suas análises, o gerenciamento complexo de documentos e registros e a manutenção de conformidade com as regulamentações. E é aí que entra um sistema de gestão que organiza os dados de uma maneira estruturada. O LIMS com o incremento da IA é uma das soluções factíveis no momento.
O diretor da ACTIZ anunciou que em breve a empresa lançará vídeos em seus canais digitais mostrando o funcionando da IA em uma linha de produção.
Perguntas – Os participantes da live fizeram diversas perguntas. A profissional Eliana Diniz, por exemplo, questionou se existe alguma norma para validação de processos baseados em IA. Felippe Domingos afirmou que não há por enquanto uma norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) sobre esse assunto, mas citou várias normas que tratam de gestão da dados. Ingrid Ferreira Costa, a mediadora da live, comentou que a ABNT começou a discutir o assunto no final do ano passado, mas que é algo muito novo. “O que mais está sendo considerado no assunto é que muita gente está cometendo crimes com o uso da IA. A maior preocupação é as pessoas gerarem dados no laboratório e esses dados não existirem de fato”, salientou.
Já Antonio Rocha Leão quis saber se para entender de IA é preciso ter um curso de Tecnologia da Informação. “Para entender, não. Mas para saber um pouco de linguagem de programação você precisará estudar algo a esse respeito”, orientou Felippe Domingos.
A profissional Ariel Carvalho perguntou se os palestrantes recomendavam algum curso de extensão específico para Químicos com pouca ou nenhuma expertise em IA? Felippe Domingos disse ter ficado sabendo recentemente que Universidade de São Paulo lançou um curso on-line, gratuito e com mais de 50 mil vagas. A Microsoft e o Google também oferecem cursos gratuitos.
Quais os riscos que poderiam acontecer com instrumentação analíticas geridas por AI, perguntou o participante Marcelo Oliveira. Felippe Domingos revelou que sua maior preocupação é ter um olhar atento para a segurança para evitar o hackeamento do sistema. Ele precisa ser monitorado continuamente para que se tenha a certeza de que o seu modelo está operando com “dados limpos”, disse.
A live permanecerá disponível neste link para quem não pôde assisti-la ao vivo. Por um período de até dez dias, perguntas sobre o conteúdo poderão ser enviadas por esta página do site do Conselho.