Linha do tempo da cerâmica
Linha do tempo da cerâmica
10000 a.C. – achados arqueológicos na Inglaterra, Bélgica e Alemanha mostram que a cerâmica já existia nesta época.
6000 a.C. – as peças de cerâmica mais antigas conhecidas por arqueólogos foram encontradas na área ocupada pela cultura Jomon, no Japão.
4500 a.C. – vilarejos neolíticos em Banpo, na província chinesa de Shaanxi, já produzem cerâmicas de boa qualidade vermelha, cinza, preta e pintadas.
4000 a.C. – sociedades antigas do Oriente Médio dominam a técnica de queima de tijolos e peças cerâmicas. Produzem vasos, potes e jarros usados para conservar alimentos, perfumes e óleos e também estatuetas, urnas funerárias e tijolos. Os chineses produzem cerâmica pintada e esmaltada.
3000 a.C. – os egípcios produzem tijolos de várias cores, vasos de argila vermelha e louças brancas produzidas com argilas arenosas. O vidrado tem cores azul turquesa e verde, e as peças têm forma regular.
2000 a.C. – o torno é inventado na região do Mediterrâneo nesta época. A roda de madeira movida a pedal permite fazer vasos e tigelas de superfície lisa e espessura uniforme.
1500 a.C a 500 a.C. – os gregos, excelentes ceramistas, produzem pratos, taças e ânforas em Atenas e Samos. Usam argilas vermelhas e com elas fazem peças com fundo negro ou azul e pinturas vermelhas.
700 a.C. – na Itália, os etruscos criam vasos esmaltados e peças com decoração em relevo. As peças estruscas têm formas bizarras, esmaltes vivos e brilhantes e desenhos ornamentais.
Séc. I até o séc. IV – o império romano domina a técnica de fabricação de tijolos e manilhas para transporte de água e dissemina esta tecnologia pela Europa.
Séc. VI até o séc. XIV – tribos árabes invadem a Europa e o norte da África e levam sua influência para as artes e a arquitetura. Azulejos coloridos e com arabescos decoram prédios, palácios e templos, como o Palácio de Alhambra, na Espanha.
Séc. VI – os chineses descobrem a fórmula da massa e as técnicas de produção e começam a fabricar porcelana de alta qualidade.
Séc. VIII – a maiólica, majórica ou terracota, é introduzida na Espanha, vinda do norte da África e do Oriente Próximo. Levada à Itália, teve seu ponto alto de produção nos século XIII e XIV em Maiorca, nas ilhas Baleares, dando origem ao nome. A vitrificação era inicialmente feita com base em sais de chumbo e depois de estanho. Um dos principais centros produtores na Itália era Faenza, que deu origem à palavra faiança.
1295 – Marco Polo volta do Oriente e traz a porcelana chinesa para a Europa, que passa a importar as peças chinesas a alto preço.
Sécs. XII e XIV – igrejas europeias são pavimentadas com azulejos decorados.
Séc. XIV – a cerâmica cinza ou marrom, com vitrificação à base de sal, começa a ser produzida na Renânia, Alemanha.
Séc XV – graças às navegações, Portugal toma contato com os azulejos e passa a utilizá-los na decoração de igrejas e casas nobres.
1515 – comerciantes portugueses começam a vender a chamada porcelana Companhia das Índias na Europa por altos preços.
Séc. XVI – a cerâmica branca ou branco-amarelada (grés), com vitrificação feita com sais de chumbo começa a ser produzida na Inglaterra, mas ganha escala industrial a partir do século XVIII com Josiah Wedgwood em sua primeira fábrica em Berslem, em 1759.
1596 – o inglês John Harrington desenvolve um vaso sanitário e o instala no Palácio Richmond, da Rainha Elizabeth I. Ele cria o termo water closet para designar o recinto.
1609 – a Companhia Holandesa das Índias Orientais começa a importar a cerâmica azul e branca chinesa e a partir de 1615 passa a exportá-la para todo o mundo.
1640 – artesãos de Delft, na Holanda, passam a produzir porcelana imitando os padrões decorativos chineses, e tornam famosa a produção da cidade.
Séc. XVII – o Brasil encomenda lotes de azulejos decorativos em estilo barroco para fábricas de Lisboa.
1707 – Johann Friedrih Böttger descobre a fórmula para produzir a verdadeira porcelana fina, translúcida e resistente, semelhante à dos chineses.
1710 – fundada em Meissen, na Alemanha, a primeira fábrica de porcelana da Europa. A fábrica funciona até hoje, e seus arquivos guardam 10 mil receitas de pigmentos para cerâmica e 200 mil moldes diferentes de louças.
1756 – fundada a fábrica de porcelana de Sèvres, na França, que dominaria o mercado europeu de louças finas.
1778 – o inventor inglês Joseph Bramah cria o vaso sanitário com descarga hídrica. O equipamento é inteiramente feito de metal.
Séc. XVIII – fábricas de porcelanas são abertas em toda a Europa e na Inglaterra, onde Josiah Spode cria a bone china, porcelana em cuja fórmula são acrescentadas cinzas de ossos, e que se tornaria a marca registrada da porcelana inglesa. Em Portugal, o Marquês de Pombal, primeiro-ministro de D.João VI, apóia a fundação da Real Fábrica de Loiças, em Lisboa, que impulsiona a fabricação de azulejos no país.
1793 – o químico João Manso Pereira abre no Rio de Janeiro uma fábrica de porcelanas.
1848 – o governo inglês aprova o Ato de Saúde Pública, sobre destinação de esgotos domésticos, e incentiva pesquisas sobre saneamento básico e engenharia. Fábricas de porcelana começam a lançar versões de vasos sanitários mais baratas, substituindo o metal por estruturas de louça.
1854 – o alemão Carl Schlickeysen inventa a primeira máquina extrusora movida a tração animal, que permite a fabricação de tijolos em larga escala.
Séc. XIX – a Inglaterra começa a produzir azulejos em escala industrial, reduzindo significativamente os preços do produto.
Séc. XX – as casas começam a ter banheiros. A busca por mais higiene faz com que cozinhas e banheiros sejam revestidos por azulejos, dando início a uma extensa produção em todo o mundo.
1900 a 1940 – primeiras indústrias cerâmicas instalam-se no Brasil e passam a produzir louça de mesa, isoladores elétricos, sanitários, azulejos, ladrilhos, pastilhas grês e porcelanas de mesa.
Déc. 1930 – as olarias brasileiras começam a produzir os primeiros tijolos furados.
Déc. 1960 – a urbanização impulsiona a indústria de louça sanitária no Brasil e a produção brasileira salta de 2 milhões de peças por ano para mais de 20 milhões de peças.
1986 – realiza-se o primeiro congresso de cerâmica avançada do mundo.
1990 – as indústrias cerâmicas brasileiras entram em uma etapa de otimização de processos produtivos .
2003 – o Brasil tem 200 empresas produtoras de porcelana que produzem 134 milhões de peças por ano.
Texto
Mari Menda
Assessoria de Comunicação e Marketing CRQ-IV
Revisão
Prof. Dr. Antonio Carlos Massabni
Prof. Titular aposentado do IQ-Unesp Araraquara
Publicado em 12/04/2011