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Acesso em 23/11/2024 às 07h14.

Indústria de saneantes cresce 9,7% no primeiro semestre

Indústria de saneantes cresce 9,7% no primeiro semestre

Associação de fabricantes espera crescimento acima do esperado em 2023

16 de agosto de 2023, às 14h50 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA, vê boas perspectivas de crescimento para o setor em 2023.

 

De acordo com informações da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (Abipla) a fabricação de produtos de limpeza no Brasil cresceu 9,7% no 1º semestre de 2023. A alta vai na contramão dos dados da produção industrial brasileira no período (-0,3%) e da indústria química (-8,1%), na qual o setor de saneantes está incluído. A expansão acontece após o setor registrar queda de 5,7% em 2022.

Na opinião de Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA, a recuperação este ano era esperada, mas não nesses patamares. “A baixa do ano passado esteve relacionada à queda de poder de compra da população e desemprego em alta nos últimos anos, mas, desde o início de 2023, já notamos sinais de recuperação”, completa Engler.

Considerado setor essencial durante a pandemia, a indústria de produtos de limpeza enfrentou forte pressão de custos nos últimos três anos, devido a alguns fatores:

  • Queda do Real frente ao dólar;
  • Altas nos preços de embalagens, matérias-primas importadas, energia e combustíveis.

“Nos dois primeiros anos de Covid-19, os fabricantes absorveram parte desse aumento de custos, mas, em 2022, uma parte teve de ser repassado pelo setor. Como a inflação brasileira já dava sinais de crescimento, no ano passado, enquanto caía o poder de compra do brasileiro, a produção recuou, mas, não tivemos queda significativa na demanda”, analisa o diretor-executivo da ABIPLA.

Para Engler, hoje, a inflação do setor está controlada, tanto que, segundo dados do IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – a variação acumulada dos artigos de limpeza até julho é de 2,87%, contra 2,99% do índice geral. “Essa é a normalidade do setor. Historicamente, sempre nos mantivemos com índices próximos ou menores que os da inflação geral e podemos considerar o ano de 2022 como um período de ajustes”, diz.

Entre os segmentos que obtiveram bons resultados no 1º semestre estão os desinfetantes, finalizadores, alvejantes e limpadores multiuso, reforçando uma tendência identificada pela ABIPLA antes do início da pandemia. “Os consumidores têm buscado produtos cada vez mais tecnológicos e que possuam multifunção, podendo limpar, desinfetar e perfumar com apenas um tipo de saneante. Fica claro, também, que a preocupação com a desinfecção de ambientes é um dos legados da pandemia e já está incorporada na cultura do brasileiro como base de saúde”, analisa.

Perspectivas do setor – Em sintonia com o momento do setor, o ICEI – Índice de Confiança do Empresário Industrial – da CNI – Confederação Nacional da Indústria – aponta que os fabricantes de produtos de limpeza são a 2ª categoria mais confiante da indústria em julho, com índice de 56,9, sendo um dos setores mais estáveis nos últimos meses, segundo a CNI.

Para Engler, caso a recuperação da economia se mantenha – o Brasil cresceu 4% no 1º trimestre, em relação ao mesmo período do ano anterior –, e o governo consiga avançar em temas como a reforma tributária, o setor pode até superar o crescimento projetado de 2% ao final do ano de 2023. “No início do ano, nossa perspectiva era crescer 2% ao longo de 2023. A recuperação no 1º semestre é uma mostra de que nosso mercado tem condições de reagir acima disso, especialmente se a população conseguir recuperar a renda perdida nos últimos anos e se tivermos uma modernização do ambiente de negócios, com a aprovação das reformas necessárias”, conclui o diretor-executivo da ABIPLA.

Segundo levantamento feito pela Euromonitor Internacional, atualmente, o Brasil ocupa a 4ª Posição no mercado global de saneantes e deverá crescer em ritmo constante até 2027.

Com informações da ABIPLA

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