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Acesso em 27/12/2024 às 03h43.

II Seminário do Dia Mundial da Saúde discutiu a problemática da dengue

II Seminário do Dia Mundial da Saúde discutiu a problemática da dengue

Especialistas faram sobre os equipamentos e produtos utilizados no controle dos mosquitos

11 de abril de 2024, às 17h30 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

Por meio da Comissão Técnica de Serviços de Saúde, o CRQ-IV/SP realizou nesta quinta-feira, 11, o II Seminário do Dia Mundial da Saúde, que este ano falou sobre a dengue, um tema de grande interesse da sociedade devido ao atual cenário epidemiológico no Brasil.

O primeiro palestrante foi o Químico Nicholas Roberto Rodrigues, consultor e mentor de empresas controladoras de pragas, que falou sobre os principais equipamentos utilizados no controle dos mosquitos. O pulverizador é um dos mais populares, inclusive devido ao seu baixo custo; o atomizador ou nebulizador UBV (ultrabaixo volume) possui grande eficácia com menor quantidade de produto aplicado; o fumacê ou termonebulizador, o mais caro dentre os mencionados, utiliza produto a base de óleo, gerando uma fumaça de grande alcance. Os dois últimos costumam ser utilizados para aplicação em vias públicas.

 

 

Rodrigues também falou sobre os diversos grupos químicos e princípios ativos, como os organofosforados, os piretróides, pirazol, neonicotinoides, os inibidores de crescimento, entre outros. Ao longo dos anos, esses ativos evoluíram com o objetivo de se tornarem mais eficazes e menos tóxicos. Segundo ele, é desejável que as empresas que atuam no controle de pragas utilizem produtos cujas composições tenham vários ativos combinados para uma maior efetividade.

Ele lembrou que a aplicação dos produtos deve ser feita exclusivamente por profissionais e empresas habilitadas, e sempre com a utilização de EPIs. Os locais também precisam estar desocupados para evitar qualquer tipo de intoxicação.

Por fim, o especialista lembrou que o trabalho de controle de pragas precisa ser realizado periodicamente, inclusive de forma preventiva, e não apenas nos momentos de maior pico da doença.

O Químico Industrial Clay Bergamo, especialista em controle de pragas e saúde pública, deu sequência ao evento e abordou o uso de drones na vigilância vetorial e controle de mosquitos. Bergamo é o Químico Responsável por auxiliar o processo de controle endêmico no município de São Paulo.

Ele mostrou que um dos principais impulsionadores da necessidade de desenvolvimento de novos métodos de controle é a resistência dos mosquitos aos inseticidas. Isso acontece devido ao grande número de espécies, às constantes mutações, à falta de conhecimento biológico, o que resulta em aplicações ineficientes dos produtos, entre outros fatores. Segundo ele, o Canadá, a Sibéria e a Antártida são os únicos locais onde ainda não há dengue.

Bergamo também explicou que os inseticidas provocam consequências para o ser humano e para o meio ambiente, já que são capazes de destruir não apenas os insetos maléficos, mas também os benéficos. Por essas razões, ele acredita que somente o uso de inseticidas não é a solução para o problema da dengue; são necessárias ações integradas, mais profissionais envolvidos no combate à doença e a conscientização da população.

 

 

Os estudos sobre o uso de drones no controle de pragas também são uma nova alternativa. A ideia é substituir os pulverizadores atuais por drones capazes de visualizar os pontos críticos de controle, possibilitando a aplicação de inseticida de forma mais eficaz. Os equipamentos também poderão criar mapas detalhados das cidades e realizar a aplicação dos inseticidas sem a necessidade da presença humana.

Os drones de detecção também podem ser capazes de fazer o levantamento de uma série de características das áreas florestais próximas às cidades, como uso da terra, índices de vegetação, cobertura das copas, informações que são importantes para prevenir as doenças relacionadas ao contato entre mosquitos e seres humanos.

O encontro foi mediado por Danielle da Costa Silva, Química com experiência na área de Química Medicinal Farmacêutica, Informática em Saúde, Química de Produtos Naturais e Bioinformática.

A live segue disponível em nosso canal no YouTube. Acesse aqui.

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