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Acesso em 27/07/2024 às 03h58.

Gerenciamento de resíduos químicos em laboratórios de ensino e pesquisa foi tema de live

Gerenciamento de resíduos químicos em laboratórios de ensino e pesquisa foi tema de live

Na pauta, legislação, boas práticas para coleta de resíduos químicos e ações da CETESB nesta área

20 de outubro de 2023, às 16h04 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos

A Comissão Técnica de Ensino Superior do CRQ-IV/SP promoveu nesta sexta feira, no canal do Conselho no YouTube, o X Fórum de Ensino Superior, que este ano abordou o tema “Gerenciamento de Resíduos Químicos em Laboratórios de Ensino e Pesquisa”. Em pauta, a legislação sobre o tema, ações eficazes para o gerenciamento de resíduos químicos gerados em ambientes acadêmicos e a atuação da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB – nesta área. A mediação foi feita pela Profa. Dra. Maria Aparecida Carvalho de Medeiros, da Faculdade de Tecnologia do campus de Limeira da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP e integrante da Comissão Técnica de Ensino Superior. Mais de 190 profissionais assistiram às palestras durante a transmissão ao vivo.

 

Planejamento e segurança

A primeira palestra foi sobre “Resíduos Químicos de Laboratórios de Ensino e Pesquisa: implantação e Principais Desafios” com a química Dra. Regina Micaroni, que tem doutorado em Gestão de Resíduos pelo Instituto de Química da UNICAMP.

Segundo ela, o primeiro passo é conhecer o tipo de produto químico que se trabalha, e antes de iniciar os trabalhos, pensar no planejamento e na segurança por meio da ficha de segurança do produto. Ela mostrou ações que podem reduzir a geração dos resíduos, como a substituição dos produtos perigosos que são utilizados, e como classificar os resíduos em perigosos ou não perigosos com base na NBR 10.004/2004 da ABNT.

A seguir Regina abordou a legislação sobre resíduos químicos, e falou que é importante levar em considerações as legislações em âmbito federal, estadual e municipal. Recomendou sempre levar em conta a legislação mais restritiva, como a CONAMA 430, de 2011. Na sequência ela falou sobre a destinação dos resíduos de acordo com sua classificação, citando como exemplo o que é feito na Unicamp com os diversos tipos de resíduos, e a questão da segregação dos resíduos de acordo com sua composição. O próprio laboratório pode tratar alguns tipos de resíduos, como compostos reativos, e os alunos podem aprender a recuperar um solvente, por exemplo. A Unicamp possui uma consultoria para tratamento local de resíduos. É importante sempre saber a destinação do resíduo mesmo que a instituição de ensino contrate uma empresa especializada nesta área.

 

Integração

A segunda palestra foi com a Profa. Dra. Patrícia Busko de Vitta, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo, que falou sobre “Como Fazer a Gestão de Resíduos Químicos em Laboratórios de Ensino e Pesquisa”.

Quando se fala em gestão de resíduos, o mais importante é ter atribuições e responsabilidades; é preciso contar com um profissional ligado à questão dos resíduos que fará a ligação entre todas as áreas da instituição, como direção, professores, técnicos e alunos. “Todos precisam conhecer o fluxo de resíduos e se sentir parte do processo, e também conhecer as implicações de suas ações”, alertou. Falou do papel dos alunos na segregação e identificação dos resíduos e o papel de cada um desses atores em relação à gestão dos resíduos, inclusive dos professores. Mostrou estudos que avaliam os experimentos das disciplinas de química visando a redução de resíduos.

Abordou a questão da segregação para reaproveitamento dos resíduos e alertou sobre a compatibilidade química entre os resíduos gerados nas aulas. Também falou sobre o reaproveitamento dos resíduos em outros experimentos, e a questão de seu acondicionamento. A seguir abordou a destinação final ambientalmente adequada. Mostrou como o IQ-USP faz a gestão de resíduos químicos, o descarte de reagentes e produtos perigosos e sua segregação.

 

Mudança de procedimentos

A última palestra do fórum foi sobre “Ações da CETESB no Gerenciamento de Resíduos de Laboratórios de Ensino e Pesquisa” com Dr. Gilson Alves Quináglia, químico e assessor da Diretoria de Engenharia e Qualidade Ambiental da CETESB.

Ele informou que a CETESB possui 20 laboratórios, e indicou as etapas dos procedimentos para gestão dos resíduos, dando como exemplo as misturas de solventes. A incineração é um dos procedimentos adotados pela companhia. A CETESB também incentiva o reaproveitamento dos resíduos, e entra em contato com instituições de ensino para permitir isso. Falou sobre o descarte de resíduos não perigosos e inertes com base na legislação, e lembrou que o ideal é trabalhar com uma quantidade mínima de resíduos.

As análises feitas pela CETESB têm o objetivo de reduzir o tamanho das amostras, como as pesquisas de metais em músculos de peixes, a determinação de mercúrio em amostras ambientais e as pesquisas em invertebrados bentônicos, que geram micro quantidades de amostras. Também com relação à extração de compostos orgânicos, a agência reduziu a forma de extração de amostras, reduzindo a quantidade de resíduos gerados. A agência também faz a recuperação de solventes por destilação. A proposta da Cetesb é mudar os procedimentos, usando menos amostras e menos reagentes químicos, de forma ambientalmente mais sustentável.

Ao final das três apresentações, os palestrantes responderam às perguntas dos participantes.

Clique aqui para assistir.

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