Formulação de produtos saneantes
Formulação de produtos saneantes
Live com especialistas abordou sustentabilidade, ingredientes e controle microbiológico28 de julho de 2025, às 16h37 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos
O desenvolvimento de produtos saneantes eficientes e seguros a partir de tecnologias inovadoras foi o tema de uma live no canal do CRQ-SP no YouTube com especialistas no assunto. A live foi organizada pela Comissão Técnica de Saneantes do Conselho e teve o objetivo de responder às dúvidas de participantes de encontros anteriores.
Os convidados foram o químico Assesio Fachini Junior, especialista em processos industriais; o químico Jefferson Santos; o administrador de empresas e engenheiro químico Marcelo Meirelles; o químico Miguel Sinkunas, ex-diretor da Câmara de Químicos da ABRALIMP e a química Sonia Manaf, com atuação no desenvolvimento de produtos saneantes.
O primeiro palestrante foi Jefferson Santos. Inicialmente ele respondeu se é possível desenvolver um limpador universal para higienização industrial, e explicou como seria complexo criar este produto, que exigiria a compreensão dos desafios técnicos. Ele deu o exemplo de um produto que seria usado para a lavagem de tanques de líquido combustível e qual seria a ação do produto. Depois falou sobre a lavagem de tanques de alimentos e bebidas.
A segunda pergunta foi respondida por Sonia Manaf, e abordou a questão da formulação criativa para atender nichos de mercado. Ela explicou que quando a indústria se torna especializada, ela atende melhor os mercados específicos. Informou que muitas empresas estão se especializando, como no mercado automotivo de embelezamento de veículos, com a criação de produtos como ceras automotivas e reparadores de riscos. Há também um grande mercado de saneantes para produção de limpadores de couros, limpadores para madeiras e de produtos para limpeza de hotéis e motéis. Também no mercado de nicho Sonia citou os produtos para limpeza de lojas de fast food em shoppings e produtos para limpeza predial pós-obras. Ela citou ainda os produtos para limpeza de ar-condicionado central e individual, um mercado em crescimento, e também para limpeza de silos, shoppings e até pisos de supermercados.
A seguir, Miguel Sinkunas respondeu à pergunta sobre produtos saneantes poderem ser sustentáveis. Ele explicou em detalhes o conceito de sustentabilidade, e disse que a química evoluiu muito neste sentido desde o final do século passado. Afirmou que para se garantir a sustentabilidade é preciso levar em consideração a formulação do produto até o descarte de sua embalagem pensando na saúde do planeta, além de questões sociais, de saúde e de proteção da biodiversidade. Abordou a questão da química verde, e lembrou que uma das principais preocupações de quem formula produtos saneantes é levar em consideração o uso da água, um ativo raro no planeta. A nanotecnologia ainda é incipiente no setor, mas pode ser algo importante no futuro, informou.
Marcelo Meirelles respondeu a uma pergunta sobre o funcionamento e os cuidados com os sistemas de dosagem automática de produtos químicos para lavanderias industriais e domésticas. Ele lembrou que no segmento de lavanderias é importante ter precisão nos mecanismos de dosagem, já que uma dosagem errada poderia causar danos aos tecidos. O segmento de lavanderias usa cada vez mais o sistema de automação, que é uma tecnologia em que o processo de dosagem de produtos químicos é conseguido sem a assistência humana. Explicou os benefícios da automatização do processo de dosagem e os tipos de dosadores utilizados. Mostrou esquemas de funcionamento dos dosadores e de seus componentes.
Assessio Fachini Junior falou sobre a formulação de desinfetantes e desinfestantes. Ele respondeu à pergunta sobre os critérios para diferenciar desinfetantes de uso doméstico, profissional ou hospitalar. Lembrou que os critérios que os diferenciam são definidos pela Anvisa, pelo tipo de categoria, componentes e rotulagem, por exemplo. Lembrou que um produto de uso hospitalar tem especificidades de ações microbiológicas, e que até mesmo o usuário tem que ser capacitado para utilizá-lo. Informou que os desinfetantes possuem diferentes tipos de eficácia, e é possível ter um desinfetante específico para desinfecção de legumes e verduras, feito para a indústria de alimentos, e há outros específicos para desinfecção de produtos hospitalares, por exemplo. Em relação aos desinfestantes, que são produtos utilizados para controle de pragas urbanas, como ratos e baratas, informou que são utilizados pelas empresas prestadoras de serviços para controle de pragas, uma ação mandatória para condomínios e empresas. Alertou que não se pode usar produtos de uso agrícola para eliminar pragas urbanas.
Jefferson Santos abordou a questão do marketing de produtos de limpeza e saneantes, lembrando que o marketing acompanha as mudanças da sociedade e do consumidor. Fez um histórico da evolução dos consumidores e de suas exigências, e como surgiram os produtos que ofereciam comodidades e facilidades ao longo do tempo.
Ao final, os palestrantes responderam às perguntas dos participantes. A live está disponível em https://www.youtube.com/watch?v=x7ZvKADy9Bg.