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Acesso em 27/12/2024 às 03h35.

Em live, especialistas falaram sobre a estabilidade de produtos cosméticos

Em live, especialistas falaram sobre a estabilidade de produtos cosméticos

Estiveram em pauta os diversos protocolos de análise, como prevenir e corrigir problemas

19 de julho de 2024, às 16h25 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

 

Nesta sexta-feira, 19, a Comissão Técnica de Cosméticos do CRQ-IV/SP promoveu uma live para apresentar e discutir as principais questões relacionadas à estabilidade dos produtos cosméticos, como definir os melhores protocolos e as razões que levam à presença de contaminações no processo produtivo.

A palestra foi ministrada pela Química Industrial Kátia Nunes e pelo Engenheiro Químico Sebastião Donizetti Gonçalves. Kátia é executiva de PD&I, com mais de 24 anos de experiência em empresas nacionais e internacionais, possui MBA em Cosmetologia com extensão internacional na Itália e França, e possui duas patentes de produtos globais. Gonçalves é professor em diversas instituições, liderou o Guia ABC de Microbiologia, possui diversos trabalhos sobre conservantes, água e troca térmica, e é sócio da ProServ Química.

Para introduzir o tema, Kátia explicou que a estabilidade de um produto está relacionada à interação físico-química da própria fórmula, com testes feitos em recipientes de vidro inerte. A compatibilidade, por sua vez, representa a interação do produto com a embalagem; a shelf life diz respeito a estabilidade do produto nas prateleiras, após a sua produção; e o chalenge test avalia a estabilidade microbiológica do produto, feita com o uso de conservantes que torne o meio crítico para o crescimento microbiológico. Os testes para analisar tais variáveis são realizados em periodicidade definida, normalmente a cada 0, 15, 30, 60 e 90 dias.

Gonçalves ressaltou que, mesmo em produtos onde há pouca chance de contaminação, é importante fazer o teste de controle microbiológico para garantir a segurança do produto. O ideal é que esse teste seja feito após concluídos os testes de estabilidade para que a análise não seja comprometida devido a alterações em outras variáveis.

De forma simplificada, a definição do tempo de validade de um produto segue a lógica do tempo de duração que uma amostra permaneceu sem alterações. Ou seja, testes de estabilidade que duram um mês sem nenhum tipo de alteração resultam em produtos com um ano de validade; testes com dois meses, geram produtos com dois anos de validade e assim por diante. Em outros países, o tempo de vida de um produto cosmético se dá a partir da abertura da sua embalagem.

Produtos instáveis, decorrentes de erros nos protocolos de análise, podem resultar em alterações na cor, odor, textura, entre outras características, proporcionando experiências ruins para os consumidores e acarretando problemas para a marca (branding) da empresa. Para uma maior segurança, Kátia Nunes afirma que o ideal é que seja feito um double check da estabilidade, ou seja, realizar testes tanto na fase de desenvolvimento do produto, quanto durante a fabricação do produto piloto.

Durante os testes de estabilidade, os palestrantes explicaram que também são feitas contagens de bactérias, fungos e patógenos, cujas especificações estão previstas na RDC 752/2022, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

A live foi mediada por Matheus Vieira, especialista em Cosmetologia pela Associação Brasileira de Cosmetologia, Químico Responsável pela Melk Cosméticos e pesquisador colaborador das patentes Tioglicolato de Aminometilpropanol e Cisteamina de Sódio.

Outras informações sobre o tema foram detalhadas na live, que segue disponível no canal do CRQ-IV/SP no YouTube. Acesse aqui.

O tema também será aprofundado durante o curso on-line “Estabilidade em Produtos Cosméticos”, que o Conselho realizará nos dias 26 e 27 de agosto. As inscrições já estão abertas.

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