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Disponível em <https://crqsp.org.br/dia-mundial-de-combate-a-aids/>.
Acesso em 21/12/2025 às 19h34.

Dia Mundial de Combate à Aids

Dia Mundial de Combate à Aids

Live abordou papel da química no tratamento da AIDS e no desenvolvimento de novos fármacos

15 de dezembro de 2025, às 15h30 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

Primeiro de dezembro foi o Dia Mundial do Combate à AIDS. A data foi instituída em 1988 pela Organização Mundial da Saúde e pela Organização das Nações Unidas para aumentar a conscientização sobre o HIV/AIDS.

Para marcar a data, a Comissão Técnica de Serviços de Saúde do CRQ-SP promoveu nesta segunda-feira uma live em seu canal no YouTube sobre o tratamento da AIDS e o papel dos profissionais da química no combate ao vírus HIV. A palestrante foi a química Juliana Romano, pesquisadora de pós-doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP de Ribeirão Preto.

Ela abriu a live mostrando dados estatísticos compilados pela UNAIDS, revelando que em 2024 havia 40,8 milhões de pessoas vivendo com HIV no mundo inteiro, e que desde o início da epidemia, 44,1 milhões de pessoas morreram por complicações relacionadas à AIDS. Destacou que 31,6 milhões de pessoas tiveram acesso à terapia antiretroviral, mas 9,2 milhões vivem com HIV e não recebem tratamento por motivos variados, como o receio dos efeitos adversos, a dificuldade de acesso e os regimes terapêuticos antigos mais complexos.

Mostrou como se dá a propagação da infecção por HIV e como ocorre a evolução da infecção no organismo do paciente, desde o início da infecção até a fase em que surgem infecções oportunistas e a morte.

A seguir Juliana abordou o ciclo de vida do HIV, a propagação do vírus e como é o funcionamento dos medicamentos antirretrovirais. Explicou que os antirretrovirais são fármacos que conseguem inibir algumas etapas da propagação do vírus HIV. Disse que o tratamento precisa ser mantido ao longo de toda a vida do paciente, já que a infecção por HIV não tem cura, mas pode ser controlada.

Falou sobre a evolução dos antirretrovirais, sendo o primeiro deles o AZT, ou Zidovudina, um inibidor de transcriptase reversa do HIV. Segundo Juliana, um químico foi quem desenvolveu o AZT em 1964 ao buscar um tratamento para o câncer. O AZT inaugurou uma classe terapêutica e foi o primeiro tratamento para a AIDS mas tinha muitos efeitos colaterais.

Em 1996 houve a aprovação da terapêutica antirretroviral, com uma combinação de 3 fármacos, normalmente dois inibidores de transcriptase reversa e um inibidor de protease. Explicou em detalhes como é a ação do tratamento com antirretrovirais e informou que atualmente há muitos fármacos em diversas classes, como inibidores de fusão e inibidores de integrase, que inibem a replicação do vírus causador da AIDS. O Brasil é um exemplo no tratamento do HIV/AIDS, com o SUS disponibilizando a medicação gratuitamente em seus postos, explicou.

Juliana mostrou uma linha do tempo da AIDS, desde os primeiros registros em 1981 até 2023, com a aprovação de antirretrovirais injetáveis de longa duração.

Falou ainda sobre a evolução do tratamento do HIV/AIDS, como o surgimento das formulações combinadas, com dosagem única, e fármacos com menos efeitos colaterais. Mostrou também como foi a otimização estrutural dos fármacos, ou seja, como foram feitas modificações nas moléculas, gerando estruturas mais promissoras para o tratamento.

A seguir falou sobre as novas abordagens terapêuticas da atualidade, como os anticorpos neutralizantes, as terapias de longa ação com cabotegravir e rilpivirina injetáveis, e as vacinas preventivas.

Ao final, Juliana explicou o que é química medicinal e descreveu o papel do químico no planejamento de novas moléculas ativas, na síntese das moléculas, em ensaios biológicos e outras etapas do desenvolvimento e testagem de fármacos, e respondeu às perguntas dos participantes.

A live está disponível em https://www.youtube.com/watch?v=_7jXBRjNgeo.

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