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Disponível em <https://crqsp.org.br/dia-mundial-da-agua/>.
Acesso em 26/03/2025 às 09h57.

Dia Mundial da Água

Dia Mundial da Água

Seminário discute modelagem para controle de corpos d’água

20 de março de 2025, às 15h45 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

Para comemorar O Dia Mundial da Água, que transcorre no próximo sábado, a Comissão Técnica de Meio Ambiente do CRQSP promoveu nesta quinta-feira, 20 de março, uma live sobre Modelagem para Controle do Ciclo da Água no canal do CRQ no YouTube.

Os palestrantes foram Almir Andrade, engenheiro ambiental e químico, e Rodolfo Scarati, engenheiro civil com experiência em modelagem aplicada às obras hidráulicas, qualidade das águas e drenagem urbana. A mediação ficou a cargo da química Dilcelli Soares, integrante das Comissões Técnicas de Meio Ambiente e de Serviços Laboratoriais do CRQ-SP.

Represa de Guarapiranga

Na primeira palestra, Almir Andrade  falou sobre a importância da utilização de modelos matemáticos para gestão de corpos hídricos. Explicou que a modelagem matemática tem o objetivo de fornecer uma descrição matemática de um fenômeno do mundo real, que essas equações vêm evoluindo com o tempo e hoje possuem extrema confiabilidade.

Disse que os corpos hídricos têm grandes variações e regimes hidrodinâmicos mutáveis, o que leva a transformações constantes. Ele mostrou dados de um estudo feito na Represa de Guarapiranga, que sofre com problemas como florescimento de algas, e como os modelos matemáticos ELCOM, CAEDYM e ARMS foram utilizados para encontrar soluções em menor tempo do que outras formas de cálculos.

Também mostrou modelos feitos para parâmetros de qualidade do Rio Embu Mirim, com medições de ortofosfato, que geram informações de qualidade sobre o perfil da coluna d’água.

 

A questão das mudanças climáticas

A segunda palestra foi com Rodolfo Scarati. Ele abordou a questão da oferta hídrica e a necessidade de se aumentar os reservatórios em função das mudanças climáticas que vêm se acentuando.

Afirmou que a cidade é o vilão ambiental, nem tanto pela questão da água e esgoto, que já está razoavelmente equacionada, mas por causa das cargas poluentes de origem difusa, presentes em grandes volumes nos rios urbanos porque são levadas pela água da chuva. Alertou que o Brasil tem dificuldade em monitorar a questão hídrica, e que a carga de lavagem, ou washoff load, é difícil de quantificar, e é um grande desafio para os especialistas.

Na sequência ele apresentou dois estudos de caso: o da Bacia do Rio Ipanema, em região agrícola do estado de São Paulo, e da Bacia do Rio Jaguaré, em área urbana, onde foi desenvolvido um projeto pela Sabesp para coleta de esgotos, e explicou os resultados obtidos pela modelagem realizada nestes projetos.

Uma importante questão tratada na live foi a simulação de cenários de antes da introdução de medidas de coleta e transporte de esgotos e seus efeitos na qualidade da água, inclusive com a chuva. Os efeitos de chuva pioram a qualidade da água, alertou. A concentração de poluentes no dia da chuva aumenta porque o corpo d’água passa a incorporar a carga de lavagem.

Rodolfo Scarati também apresentou dados do Projeto Rio Pinheiros e os resultados obtidos pelas obras de saneamento, salientando que as concentrações de matéria orgânica foram reduzidas.

Ao final das apresentações os dois palestrantes responderam às perguntas dos participantes. A live está disponível em https://www.youtube.com/watch?v=RUZyoVqHTd4. Mais de 100 pessoas acompanharam a live ao vivo.

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