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Disponível em <https://crqsp.org.br/desvendando-os-segredos-da-agua-do-mar/>.
Acesso em 01/05/2024 às 08h48.

Desvendando os segredos da água do mar

Desvendando os segredos da água do mar

Foto: Adapted from ACS Central Science 2023, DOI: 10.1021/acscentsci.3c00661

 

A água do mar não é apenas água salgada.

Cada gota de água do mar é um complexo caldo de moléculas dissolvidas que foram geradas por diferentes organismos marinhos em seus habitats. Identificar o que existe nesta mistura sempre foi um desafio para os cientistas devido à complexidade e à natureza dinâmica do meio ambiente marinho.

Muitos desses ambientes estão ameaçados, inclusive aqueles com compostos únicos e possivelmente bioativos, e por isso pesquisá-los sem causar danos é complicado.

Agora, pesquisadores da Universidade de Marselha, na França, anunciam o desenvolvimento de um equipamento subaquático que captura e enriquece os compostos dissolvidos produzidos por organismos marinhos sem danificar suas fontes e seu ecossistema.

O equipamento, facilmente manuseado por um mergulhador, bombeia a água do mar entre discos que adsorvem as moléculas dissolvidas na água para análise posterior.

O instrumento, chamado In Situ Marine moleculE Logger, ou I-SMEL, foi testado a 15 metros de profundidade em cavernas do Mediterrâneo que continham grande quantidade de esponjas. Após coletar amostras da água, os pesquisadores avaliaram os compostos capturados com um espectrômetro de massas.

 

Ilustração do estudo In Situ Capture and Real-Time Enrichment of Marine Chemical Diversity traz as etapas de coleta da água do mar e identificação das espécies marinhas.

 

As análises mostraram que os compostos contêm vários tipos de elementos, e muitos possuem estruturas moleculares desconhecidas, o que segundo o grupo, torna-os promissores para a descoberta de novos produtos naturais.

 

A figura acima mostra a diversidade química dos exometabólitos capturados pelo I-SMEL. Foi detectada uma rede molecular com identidade iônica contendo 805 nós organizados em 137 famílias espectrais. Os pesquisadores estudaram amostras de esponjas Agelas oroides, Spongia Officinalis e Aplysina cavernicola.

 

Vários metabólitos capturados na água do mar, incluindo alcaloides bromados e furanos terpenoides, estavam presentes nas três espécies de esponjas analisadas detalhadamente. Em alguns casos, o sistema promoveu a concentração de compostos liberados pelas esponjas, como a aeroplisinina-1.

O estudo francês foi publicado em novembro de 2023 e divulgado pela American Chemistry Society. Clique aqui para ler o artigo original.

 

Texto produzido pela Assessoria de Comunicação e Marketing do CRQ-IV/SP com a
colaboração da Engenheira Química Catarina Sandor.
Publicado em 31/01/2024

 

 

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