Abiquim promove 4º Encontro Anual do Setor de Colas, Adesivos e Selantes
Abiquim promove 4º Encontro Anual do Setor de Colas, Adesivos e Selantes
Encontro on-line trouxe estatísticas da indústria e medidas em direção à sustentabilidade26 de outubro de 2023, às 11h57 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos
A Comissão Setorial de Colas, Adesivos e Selantes da Associação Brasileira da Indústria Química – Abiquim – promoveu nesta quinta-feira o 4º Encontro Anual do Setor de Colas, Adesivos e Selantes. O evento on-line teve como objetivo fazer uma análise do desempenho do setor e demonstrar como os adesivos podem contribuir para a economia circular e a sustentabilidade. A mediadora foi Camila Hubner Barcellos, gerente de Assuntos Regulatórios, Comissões Setoriais, Sustentabilidade e Inovação da Abiquim.
André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Abiquim, fez a abertura do encontro, salientando a importância do setor de colas. Ele falou sobre a missão da Associação de aumentar a produção de químicos no Brasil de forma sustentável e circular, colaborando para o processo de transição ecológica do setor. Informou que a Abiquim quer criar um fórum setorial de colas, adesivos e selantes para agregar toda a cadeia produtiva.
A primeira apresentação, sobre as estatísticas do setor, foi com Fátima Giovanna Coviello Ferreira, Diretora de Economia, Estatística e Competitividade da Abiquim. Ela disse que o Brasil tem hoje a sexta maior indústria química do mundo, e a mais verde do mundo. Ressaltou que desde os anos 1990 o segmento de colas vem fazendo um esforço na substituição de solventes de origem fóssil por água, mostrando sua adesão a práticas sustentáveis. Mas destacou que a indústria química vive um momento difícil no país, com queda na produção e nas vendas internas, por isso é importante unir as cadeias estratégicas da química para enfrentar este momento complicado. Mostrou números da balança comercial brasileira e dos preços dos produtos químicos e falou dos estudos e relatórios estatísticos desenvolvidos da Abiquim para os diversos setores da indústria química.
Luciana Pellegrino, diretora-executiva da Associação Brasileira de Embalagem – ABRE – falou sobre Economia Circular e Sustentabilidade dos adesivos no segmento de embalagens. Ela abriu a palestra abordando o aumento habitacional no mundo – somos agora 8 bilhões de pessoas – e o estresse ambiental do planeta, com demanda por água e energia, geração de emissões e a produção de rejeitos e resíduos em consequência da vida em sociedade. “Estes resíduos causam poluição ambiental e precisam de uma destinação adequada”, alertou. A ideia da economia circular é manter os produtos em uso por mais tempo, com menor impacto e produção de rejeitos. Indicou os caminhos para a circularidade, que incluem reúso e o refil; a reutilização industrial, que já é feita com garrafas pet; a reciclagem dos materiais com diferentes tecnologias, e como favorecer a cadeia de reciclagem. A seguir apresentou casos de sucesso de reciclagem de embalagens, e como adotar a circularidade em toda a cadeia de produção. Apontou os monomateriais com vernizes barreira como uma das soluções possíveis para o problema da reciclagem.
A apresentação seguinte foi sobre Economia Circular e Sustentabilidade dos adesivos no segmento de calçados, com Silvana Dilly, Superintendente da Assintecal, Associação Brasileira de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos. Ela informou que a Assintecal faz a certificação da Origem Sustentável voltada para as empresas da cadeia calçadista, baseada nas melhores práticas internacionais de sustentabilidade, e mantém parcerias com instituições de referência da área. Segundo ela, a Assintecal montou um programa para guiar as empresas da cadeia de calçados e componentes rumo à sustentabilidade. Silvana mostrou as 6 etapas para a certificação das empresas no processo de Origem Sustentável, partindo da autoavaliação e passando por auditoria e verificação, e apresentou a lista das empresas brasileiras já certificadas no setor calçadista, divididas em categorias ouro, prata e bronze.
O economista Paulo Gala, da Fundação Getúlio Vargas, falou a seguir sobre Como as Missões da Abiquim poderão direcionar o Segmento de Colas, Adesivos e Selantes ao atingimento da Sustentabilidade dos adesivos. Ele destacou a assimetria da concorrência no Brasil em relação aos produtos químicos importados, e como a indústria brasileira vive uma situação difícil, concluindo que a sustentabilidade pode ser o grande nicho do Brasil no mundo. “O Brasil tem uma matriz energética sustentável e a produção industrial mais limpa do mundo, e precisamos levar isso adiante”, alertou. Temos problemas, como alta carga tributária e entraves burocráticos, o chamado custo Brasil, além de assimetria tecnológica, então lutamos em posição de desigualdade, e por isso a sustentabilidade pode se tornar o grande nicho de excelência para o país explorar. “O momento atual é muito delicado em termos de produção competitiva, e as empresas precisam usar a questão da sustentabilidade para se sobressair sobre a indústria chinesa e a norte-americana”, disse. Para ele, a sustentabilidade pode ser a tábua de salvação da indústria brasileira, que precisa se reinventar em direção à sustentabilidade como a grande oportunidade de negócios.
A Diretora de Economia, Estatística Fátima Giovanna fez o encerramento do encontro, salientando o aprendizado trazido pelos palestrantes, e reiterou que o caminho para o Brasil é o da sustentabilidade. Mais de 130 pessoas participaram do encontro on-line.