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Acesso em 27/07/2024 às 03h14.

Abiquim e FIEB promovem seminário sobre competitividade da indústria química na Bahia e no Brasil

Abiquim e FIEB promovem seminário sobre competitividade da indústria química na Bahia e no Brasil

Uma das propostas apresentadas foi para retomada do crescimento em linha com o conceito de neoindustrialização

22 de novembro de 2023, às 15h27 - Tempo de leitura aproximado: 5 minutos

Carlos Henrique Passos, presidente da FIEB (ao centro), fala sobre o papel da Bahia na indústria química brasileira. Foto: José Oliveira

 

A indústria química dá sinais de que está agonizando e sendo substituída pela importação de produtos, realizada a preços predatórios e que está desequilibrando o mercado interno. A produção e vendas de químicos atingiram recentemente o seu patamar mais baixo nos últimos 17 anos, além do nível médio de ociosidade de quase 35% no uso da capacidade instalada no País, excessivamente elevado. Esta afirmação foi feita por Fátima Giovanna Coviello Ferreira, diretora de Economia e Estatística da Abiquim, durante o Seminário ‘Competitividade da Indústria Química na Bahia e no Brasil’, realizado pela Abiquim em parceria com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), no dia 20 de novembro de 2023, no Auditório da FIEB, em Salvador, Bahia.

O evento, cuja proposta foi promover um debate sobre os impactos do cenário internacional no setor químico brasileiro, bem como apresentar propostas para a retomada do crescimento, em linha com o conceito de “neoindustrialização”, contou ainda com a presença de Carlos Henrique Passos, presidente da FIEB; Marcelo Pimentel, gerente de Relações Institucionais da Abiquim; dos deputados federais Ivoneide Caetano, Zé Neto e Daniel Almeida, além do deputado estadual Eduardo Salles que também é presidente da Frente Parlamentar do Setor Produtivo da ALBA; Ângelo Almeida, secretário de Desenvolvimento Econômico do Governo da Bahia; e José Pinheiro, diretor do Sindiquímica.

Em linhas gerais, Coviello apresentou dados da indústria química brasileira, bem como os do mercado baiano, dando ênfase a pontos sensíveis que impactaram negativamente o setor, sobretudo com o atual cenário geopolítico. Ela afirmou que balança comercial de produtos químicos, entre janeiro e setembro de 2023, apontou um déficit de US$ 35,8 bilhões (superior aos registros de todos os anos anteriores, excetuados os recordes de US$ 64 bilhões em 2022 e de US$ 46,2 bilhões em 2021), resultado da diferença entre as importações de US$ 46,7 bilhões e das exportações de US$ 10,9 bilhões. “Para o consolidado deste ano, prevê-se um déficit de até US$ 48 bilhões. Não é apenas a química que está perdendo, o País também está sentindo esses reflexos. Neste mesmo período, houve um recuo de R$6 bilhões na arrecadação das receitas federais dos produtos químicos, 22,43% inferior ao montante acumulado entre o mesmo período de 2022.”

 

Fátima Giovanna Coviello Ferreira. Foto: José Oliveira

 

Carlos Henrique Passos, por sua vez, mostrou a importância da indústria química da Bahia, estado que reúne 64 fábricas de químicos de uso industrial e reforçou: “Além do importante papel em diversas cadeias produtivas, a Bahia tem um peso muito grande na geração de valor e na arrecadação de impostos”, ressaltou Passos, enfatizando que o polo petroquímico da Bahia ainda tem muito a oferecer, seja para o próprio mercado baiano, como para o País, já que ele está em constante renovação, alinhado sobretudo às urgentes demandas ambientais.” A Bahia, segundo dados da FIEB, sofreu uma queda de arrecadação de ICMS de 11,5 % entre janeiro e setembro de 2023 em relação ao mesmo período de 2022.

Apesar desse cenário desafiador, a diretora da Abiquim ressaltou que todos esses números mostram a enorme oportunidade que a indústria química tem para crescer, lembrando ainda que a matriz elétrica brasileira mais limpa associada ao uso de matérias-primas renováveis e esforços das empresas na descarbonização vem permitindo uma produção química mais limpa no Brasil em relação a Europa e ao Resto do Mundo. A partir destes destaques, ela apresentou duas agendas – uma agenda emergencial, com foco no Regime Especial da Indústria Química (REIQ), Agenda Tarifária, Estímulo às Exportações e Defesa Comercial, cujo objetivo é viabilizar a retomada do uso da capacidade instalada a níveis necessários para a manutenção das operações das plantas industriais químicas brasileiras e mitigar o atual surto de importações; e uma agenda estruturante, visando a Desoneração da Produção, Sustentabilidade e Comércio, cuja meta é atrair investimentos produtivos com base nas oportunidades de demanda e nas vantagens comparativas do Brasil, alavancando a geração de valor para a sociedade e para a economia do país como um todo!

Marcelo Pimentel. Foto: José Oliveira

 

Em sua participação, Marcelo Pimentel, reiterou como o setor químico está bem representado na Bahia, onde há uma grande concentração de plantas industriais e associadas da Abiquim, apesar de estar presente em 17 Estados. Ele descreveu ainda a atuação da Abiquim, em defesa da química, por meio do Instituto Nacional do Desenvolvimento da Química (IdQ) e da Frente Parlamentar da Química a nível federal, além da Frente Parlamentar da Indústria Química e Farmacêutica do Estado de São Paulo, assim como as pautas e ações da entidade a nível estadual, citando a recente visita ao Polo de Triunfo, no Rio Grande do Sul, o auxílio para a estruturação de uma frente parlamentar também no Rio de Janeiro, bem como uma carta conjunta da Abiquim com as Federações da Industria em prol da química, incluindo a FIEB, neste conjunto de iniciativas.

Por fim, Pimentel reforçou a parceria com a FIEB, colocando a Abiquim à disposição para continuar o diálogo após o evento, acerca de todos os pontos já endereçados pela diretora de economia da entidade no encontro.

O evento foi dirigido a parlamentares estaduais e federais, membros da Comissão Executiva da Frente Parlamentar da Química (FPQuímica), Câmara de Vereadores de Camaçari, representantes do Governo Federal, do Governo da Bahia e das Prefeituras da Região Metropolitana de Salvador, além da imprensa regional, representantes do setor químico e demais interessados no tema.

Com informações da Abiquim

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