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Acesso em 12/02/2025 às 05h23.

A proibição do corante vermelho eritrosina nos EUA pode chegar ao Brasil?

A proibição do corante vermelho eritrosina nos EUA pode chegar ao Brasil?

Anvisa avalia relatórios técnicos do FDA e busca evidências de que corante faz mal para humanos

24 de janeiro de 2025, às 9h22 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

Foto: Puno3000. Visualhunt

 

 

Há poucos dias a Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos – FDA – proibiu a utilização no país do corante vermelho eritrosina, normalmente adicionado a alimentos industrializados e medicamentos. Com base em estudos com ratos, o FDA alegou riscos à saúde humana para proibir o uso do corante no país.

Aqui no Brasil, a proibição gerou dúvidas junto aos consumidores quanto à segurança de alimentos que contêm o ingrediente, já que seu uso continua liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. O corante pode ser encontrado em balas, confeitos, bombons, chocolates, sorvetes, produtos de panificação, como doces e biscoitos, pirulitos, amendoins e amêndoas vendidos em todo o país.

 A Cientista de Alimentos, Mestre em Tecnologia de Alimentos e Diretora da Alimentar Consultoria, Pamela Rossi, que também integra a Comissão de Alimentos e Bebidas do CRQ-SP, tranquiliza os consumidores brasileiros, informando que a Anvisa já está analisando esta questão.

“Normalmente quando os Estados Unidos e a União Europeia proíbem algum aditivo, a Anvisa se responsabiliza por avaliar o dossiê técnico usado pelo órgão que sustentou a proibição. A Anvisa já declarou que vai avaliar o relatório técnico do FDA, mas adianta que se não tiver evidências de que a eritrosina faz mal à saúde humana, não vai proibir o uso deste corante no país”, afirma ela.

Segundo Pamela, a Anvisa primeiramente avalia as proibições determinadas em outros países, analisa os estudos que sustentam estas proibições e daí decide o que fazer. Em alguns casos, o FDA toma decisões por precaução, como parece ter ocorrido agora: “A Anvisa não segue assim à risca, proibindo logo na sequência quando outro país determina uma proibição, mas leva em consideração o que está acontecendo e faz sua avaliação. Costuma funcionar assim”.

Ela informa que em relação à eritrosina, os profissionais da área de alimentos no Brasil concordam que são necessários mais estudos para saber se o corante é carcinogênico e se faz mal para a tireoide. Ela lembra que o dossiê do FDA não foi feito com seres humanos, mas com ratos, então não há muita evidência ainda sobre os malefícios do produto em humanos. “Todos entendem que mais estudos são necessários”, alerta.

O consumidor brasileiro pode identificar a eritrosina nos rótulos dos produtos, já que esta denominação tem que estar na lista de ingredientes. “Nossa legislação permite que seja colocado também o número INS, que é o International Number System, um sistema internacional de registro para aditivos, mas a maioria dos fabricantes brasileiros coloca nos rótulos o nome por extenso, e não usa o número INS”. Por isso, se o consumidor quiser saber se o corante é utilizado, basta fazer uma busca no rótulo do produto que pretende comprar.

A indústria de alimentos não dispõe de muitas alternativas para este corante. Segundo a profissional, não existem muitas opões de corantes vermelhos. “Temos o vermelho de cochonilha, que não é opção para veganos, e tem o vermelho allura, um corante vermelho intenso, que é uma opção para as mesmas categorias de alimentos que utilizam a eritrosina. Também existe uma linha natural de corantes, como vermelho de beterraba, que, no entanto, são mais instáveis e não funcionam bem em todos os produtos”, informa.

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