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Acesso em 24/11/2025 às 01h35.

Conselheira do CRQ-SP é reconhecida pela USP com o Prêmio Rheinboldt-Hauptmann 2025

Conselheira do CRQ-SP é reconhecida pela USP com o Prêmio Rheinboldt-Hauptmann 2025

Ana Maria da Costa Ferreira desenvolve pesquisas de destaque na área de tratamento de efluentes industriais, implantadas em empresa petroquímica de rerrefino de óleos lubrificantes

19 de novembro de 2025, às 14h39 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

Henrique Eisi Toma, Ana Maria da Costa Ferreira e Shaker Chuck Farah- Foto: Divulgação/Cepid Redoxoma

A professora Ana Maria da Costa Ferreira, do Instituto de Química (IQ) da USP, membro do Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) Redoxoma e conselheira do CRQ-SP, é a vencedora do Prêmio Rheinboldt-Hauptmann 2025, concedido anualmente pelo IQ a pesquisadores que se destacam pela excelência de sua atuação científica e acadêmica nas áreas de química e bioquímica.

Na cerimônia de entrega do prêmio, o vice-diretor do IQ no exercício da diretoria, professor ShakerChuck Farah, destacou que desde 1987, quando foi criado, já foram concedidos 35 prêmios Rheinboldt-Hauptmann, dos quais 16 foram destinados a pesquisadores do IQ, “formando um grupo muito especial e seleto na história do Instituto e na comunidade científica do Brasil”. O professor do IQ Henrique Eisi Toma apresentou a homenageada, fazendo um retrospecto de mais de 50 anos de convivência acadêmica e colaboração científica.

“A ciência é uma engrenagem contínua: você se apoia no que veio antes e o seu trabalho serve de base para quem vem depois. E juntos chegamos mais longe”, destacou Ana Maria, ressaltando o valor das conexões e colaborações que moldaram sua trajetória científica.

Durante a pós-graduação, teve uma formação que integrou diferentes áreas da química. Iniciou o doutorado sob orientação do professor Pawel Krumholz, na área de química de coordenação, e, após seu falecimento, deu continuidade ao trabalho com o professor José Manuel Riveros, aprofundando-se em métodos espectroscópicos e cinética química. Com o apoio do professor Giuseppe Cilento, aproximou-se do estudo de espécies reativas de oxigênio, campo mais relacionado à bioquímica. Essa experiência marcou o início de uma trajetória caracterizada pela integração entre a química de coordenação e a bioquímica.

Trajetória acadêmica e atuação científica – Formada em química pelo IQ em 1971, Ana Maria obteve o doutorado em físico-química na mesma instituição em 1976 e realizou pós-doutorados na Universidade Tor Vergata de Roma, na área de química biológica, e na State University of New York em Albany, com foco em espectroscopia de ressonância paramagnética eletrônica (EPR). É professora titular do IQ-USP desde 2002.

O interesse pela interface entre a química de coordenação e a bioquímica direcionou sua carreira para o estudo de espécies reativas e sistemas metálicos de relevância biológica. Ana Maria vem se dedicando ao desenvolvimento de metalofármacos — compostos metálicos com potencial terapêutico, incluindo atividades antitumoral e antiparasitária —, área promissora no combate a doenças negligenciadas e ao câncer. O caráter inovador de sua produção científica se reflete em diversas patentes, incluindo os complexos metálicos e o reator redox desenvolvido em seu grupo.

Entre os resultados mais expressivos de sua pesquisa, destaca-se justamente esse reator redox para o tratamento de efluentes industriais, já implantado em uma empresa petroquímica de rerrefino de óleos lubrificantes.

Sua trajetória também é marcada por forte atuação em entidades científicas e pelo reconhecimento de sua contribuição à química brasileira. Além de conselheira do CRQ-SP, Ana Maria é membro ativo da Sociedade Brasileira de Química (SBQ) e da International Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC). Foi agraciada com a Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico, em 2007; recebeu a Medalha Ícaro S. Moreira, da Divisão de Química Inorgânica da SBQ, em 2009; e, em maio de 2022, foi condecorada com a Medalha Simão Mathias, também da SBQ.

Paralelamente, dedica-se à formação de estudantes e à difusão do conhecimento químico por meio de publicações de referência, como Nomenclatura básica de química inorgânica, escrito em parceria com Henrique E. Toma, Ana Maria G. Massabni e Antonio Carlos Massabni, e Química de Coordenação — Uma Abordagem Experimental, publicado pela Edusp.

O Prêmio Rheinboldt-Hauptmann, recebido por Ana Maria da Costa Ferreira, presta homenagem aos professores Heinrich Rheinboldt e Heinrich Hauptmann, químicos alemães que fundaram o Departamento de Química da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, núcleo a partir do qual se estruturou o atual Instituto de Química e seus dois departamentos.

Com informações da USP

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