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Acesso em 24/11/2025 às 01h34.

A importância do gerenciamento de risco na indústria cosmética

A importância do gerenciamento de risco na indústria cosmética

Live com quatro especialistas marcou o Dia Mundial da Qualidade

13 de novembro de 2025, às 16h14 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos

Conscientizar os participantes sobre a importância da gestão de riscos na indústria cosmética foi o objetivo da live promovida nesta quinta-feira no canal do CRQ-SP no YouTube. A live foi organizada pela Comissão Técnica de Cosméticos do Conselho.

Os instrutores foram Carlos Alberto Trevisan, engenheiro químico com 60 anos de atuação em indústrias do setor; Enilce Oetterer, engenheira química e presidente dos Conselhos Fiscal e Consultivo da Associação Brasileira de Cosmetologia; Rita Pompei, química e mestre em Engenharia Mecânica pela UNICAMP; e Sebastião Gonçalves, engenheiro químico pela Unicamp e um dos responsáveis pelo Guia ABC de Microbiologia.

 

Causa raiz

A primeira palestrante foi Enilce Oetterer. Ela explicou que causa raiz significa a causa primária ou as causas que deram origem a uma dificuldade, um erro ou um caso de não conformidade, e relatou quais aspectos devem ser considerados nesta análise, com questões como: o que aconteceu? e algo mudou? Esta análise pode ser feita com um brainstorming, que levará à solução do problema e a um plano de ação.

Mostrou a seguir o Diagrama de Ishikawa, que aponta causas, efeitos e soluções para o problema, e como utilizar esta ferramenta. Depois de identificado o problema, deve-se fazer um plano de ação para resolvê-lo, o que pode ser feito com a ferramenta Técnica dos 5W2H, que explicou como deve ser utilizada.

 

Contaminação microbiológica

O segundo palestrante foi Sebastião Gonçalves, que falou sobre contaminação microbiológica. Ele abordou o custo da qualidade microbiológica, lembrando como é importante que os produtos fabricados não tenham uma contaminação inicial, o que normalmente resolve mais de 90% dos problema microbiológicos. E isso passa pela qualidade da água e da higiene e limpeza dentro da fábrica, salientou.

“Não há seguro mais barato do que fazer qualidade microbiológica”, alertou. Quando se tem um problema de segurança microbiológica, isso vai ter um impacto financeiro tremendo, além do comprometimento da própria marca. A empresa pode ser vista como um empreendimento que não se preocupa com a qualidade, alertou, o que pode resultar, além das perdas financeiras, na perda do cliente, um problema sério, de médio e longo prazos.

Lembrou da importância da validação da água, que algumas empresas esquecem de fazer. “Qualidade não é um acaso, é, na verdade, um querer fazer”, e todos devem pensar o quanto um problema de qualidade microbiológica pode impactar dentro da indústria, afirmou.

Mostrou um diagrama de solução da causa microbiológica e como se chegar à origem de um eventual problema crítico.

 

Análise de risco

A seguir, Rita Pompei falou sobre o que é risco, explicando que é uma combinação do que pode acontecer e a gravidade dos efeitos gerados por ele. Disse que todos trabalham com o risco, e devemos aprender a lidar com ele, e conhecer qual o limite dos riscos.

Para mensurar todas estas questões existe a análise de risco, ou Matriz GUT, que avalia gravidade, urgência e tendência, utilizada para a resolução de problemas. Mostrou a seguir um diagrama da matriz de risco de probabilidade e impacto. A seguir deu exemplos de causas e efeitos de riscos em várias áreas da indústria, como problemas em embalagens, moldes com defeito, alterações de material do frasco ou tampa, matérias-primas com defeito e equipamentos de laboratório não calibrados.

Boas Práticas de Fabricação

O impacto das boas práticas de fabricação na gestão de riscos foi abordado por Carlos Alberto Trevisan. Ele explicou que a análise de risco é tão importante que existe até uma norma da ABNT sobre o tema, a NBR ISO 31000, de 2018.

A análise de riscos é baseada em quatro pilares fundamentais: a identificação, a análise da importância desse risco, avaliação de quanto ele é perigoso e, finalmente, como cuidar desse risco para minimizá-lo. Lembrou que o risco deve ser a exceção, e não a regra em uma empresa, por isso a empresa deve estar amparada em processos de boas práticas, que ajudam a prevenir riscos ou efeitos nocivos rotineiros.

Frisou que deve haver comprometimento de todos os funcionários da empresa com a qualidade, e as boas práticas auxiliam para haver esta qualidade em todas as bases da empresa. Qualidade é um conceito que deve ser passado a todas as pessoas que participam daquela empresa, afirmou.

Listou o que são boas práticas de fabricação, lembrando que a qualidade da empresa é feita por pessoas, e para isso é preciso treinamento, informação, prática, tudo o que possa reduzir os riscos.

Ao final da live, os quatro palestrantes responderam às perguntas dos participantes. O conteúdo está disponível em https://www.youtube.com/watch?v=-gjvOICJJHo.

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