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Disponível em <https://crqsp.org.br/matriz-energetica-e-recuperacao-de-residuos/>.
Acesso em 17/08/2025 às 20h17.

Matriz energética e recuperação de resíduos

Matriz energética e recuperação de resíduos

Live abordou as diferentes formas de geração de energia e o papel da Química em cada tecnologia

7 de agosto de 2025, às 15h45 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

As diferentes formas de geração de energia, os impactos ambientais relacionados ao uso e à produção de energia e os desafios da recuperação energética de resíduos sólidos urbanos foram tema de uma live com dois especialistas no canal do CRQ-SP no YouTube nesta quinta-feira.

O químico Claudio Modenesi, coordenador da Comissão Técnica de Energia do CRQ-SP e especialista em desenvolvimento de metodologias analíticas para área nuclear e de lantanídeos, e o engenheiro químico Fabio Rubens Soares, com  Doutorado na área de Energia pela Universidade Federal do ABC, foram os palestrantes.

O primeiro palestrante foi Claudi Modenese. Ele mostrou um gráfico com o percentual de participação de cada matriz energética na oferta de energia para o Brasil e depois abordou as diferenças entre energia e potência.

Trouxe dados sobre o sistema interligado nacional, com a produção de energia gerada por hidrelétricas, termonucleares, energia eólica e solar, mostrando que 82,67% da energia gerada no Brasil vem de fontes renováveis. Também mostrou dados sobre a matriz energética mundial, em que o mundo aparece com apenas 19,1% de energia renováveis.

Modenesi listou os impactos ao meio-ambiente da chamada energia limpa, como alto consumo de água, ruído gerado por equipamentos em torres de energia eólica, mudanças de microclima nos arredores das torres eólicas, além da questão de pássaros e aves migratórias, que podem ser mortos pelas pás. “Não existe nada perfeito, tudo tem vantagens e desvantagens”, lembrando que há impactos na chamada energia limpa que também devem ser considerados.

O químico pode atuar em todos os segmentos da área de energias renováveis, inclusive para o reúso de equipamentos descartados, destacou.

Na sequência, Fabio Rubens Soares falou sobre recuperação de resíduos para geração de energia, especificamente biomassa. Explicou que os WtE, ou resíduos que geram energia, na sigla em inglês, podem ser aproveitados ao mesmo tempo que minimizam os impactos ambientais.

Explicou que o crescimento populacional aumenta a produção de resíduos, e os países em desenvolvimento ainda possuem muitos lixões, onde o lixo é descartado sem a mínima estrutura para que possa ser tratado. “O reaproveitamento energético desses resíduos é extremamente importante como uma solução integrada”, afirmou. Resíduos domésticos e industriais normalmente são descartados de forma a serem enviados a aterros sanitários ou, pior, para lixões. Há também os resíduos agrícolas e comerciais que podem ser utilizados para geração de energia.

As tecnologias para utilização dos resíduos, como a gaseificação e a pirólise, que consiste na decomposição térmica, possuem alta eficiência. Existem também tecnologias biológicas, com aproveitamento de resíduos orgânicos para obtenção de biogás, e a fermentação, ou etanol de resíduos. Outra forma de obtenção de energia é a partir da incineração dos resíduos.

Entre os produtos gerados com a utilização dos resíduos estão energia elétrica térmica, biogás, bio óleo, combustíveis alternativos e resíduos inertes, como cinzas. Ele abordou a questão da eficiência energética e do rendimento térmico e elétrico, explicando que em muitos países a energia gerada por resíduos é utilizada para aquecimento doméstico.

Em relação aos aspectos ambientais, há redução da quantidade de resíduos em aterros, menos emissões atmosféricas e benefícios climáticos. Entre as tecnologias de controle de emissões destacou os filtros de manga, os lavadores, a neutralização química e o monitoramento contínuo.

Fez uma análise do custo-benefício do aproveitamento energético dos resíduos, e dos ganhos ambientais e energéticos. Entre os desafios, citou os altos custos iniciais, a aceitação pública, a concorrência com reciclagem e a falta de segregação na origem, e abordou também as barreiras regulatórias.

Ao concluir, afirmou que o WtE é uma solução viável e estratégica, traz benefícios ambientais, sociais e econômicos, mas requer planejamento, políticas públicas e apoio público, e abre muitos caminhos para os profissionais da química.

Ao final da live os palestrantes responderam às perguntas dos participantes. A live está disponível em https://www.youtube.com/watch?v=sJde6coKiPo.

Entre os dias 25 e 28 de agosto, os palestrantes Claudio Modenesi e Fabio Rubens Soares vão ministrar o curso online Matriz de Energia e Recuperação Energética de Resíduos. Mais detalhes no Portal Conecta, neste link: https://www.even3.com.br/crqsp-cursomatrizenergiarecuperacaoenergeticaresiduos-ago2025-606320/.

 

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