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Acesso em 16/10/2024 às 08h01.

IQ/USP desenvolve creme que combate os germes enquanto hidrata

IQ/USP desenvolve creme que combate os germes enquanto hidrata

Químico Koiti Araki explica a tecnologia por trás do produto Phitta Cream, que foi testado contra diversos micróbios diferentes

9 de outubro de 2024, às 15h23 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

Foto: Unsplash

 

Durante a pandemia de covid-19, o mundo inteiro se acostumou com o cheiro forte e a sensação de secura após higienizar as mãos diversas vezes com álcool em gel, substância eficaz contra o vírus sars-cov-2. Mas o Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ/USP), em parceria com a empresa Golden, elaborou uma solução inteligente para o problema: o Phitta Cream, um hidratante antimicrobiano. Koiti Araki, professor do IQ responsável pela patente, explica o funcionamento do creme e o desenvolvimento do projeto.

Koiti Araki – Foto: Maria Leonor de Calasans/IEA-USP

Conforme Araki, o Phittalox, princípio ativo tanto do Phitta Cream como da máscara descartável produzida pela mesma empresa, funciona quando entra em contato com o ar. “O oxigênio do ar, quando interage com essa molécula, é ativado e atua como se fosse uma água oxigenada, então ele vai destruindo os microrganismos. Inclusive, ele ajuda a destruir moléculas que provocam mau odor e pode ser aplicado na fabricação de outros tipos de desodorante”.

O Phittalox também possui outra vantagem frente ao álcool em gel convencional: a proteção contra germes dura muito mais tempo. “O álcool funciona momentaneamente. Ele é eficaz na eliminação dos microrganismos presentes numa mão contaminada, só que um minuto depois após a evaporação do álcool nós já estamos sujeitos à recontaminação. O creme antisséptico que contém a tecnologia Phitax, desenvolvido aqui no nosso grupo, garante uma proteção por até quatro horas,” expõe Araki.

Contra as superbactérias – O creme foi testado contra diversos micróbios diferentes, principalmente vírus e bactérias. Vírus como o influenza, diversas cepas do sars-cov e o Mpox, responsável pela varíola dos macacos, foram submetidos à substância.

O professor explica que o Phitta Cream pode ser aliado contra a proliferação das superbactérias, preocupação crescente entre médicos e infectologistas do mundo todo. “O mecanismo de ação dos antibióticos está baseado no bloqueio de sítios ativos, que faz com que as bactérias não consigam se pronunciar ou se reproduzir. Veja que nosso creme não depende do sítio ativo, por causa disso ele se torna um antimicrobiano que evita o desenvolvimento da resistência responsável pelo aparecimento de superbactérias. É um antisséptico geral”, elucida Araki.

 

Com informações do Jornal da USP

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