Marca do CRQ para impressão
Disponível em <https://crqsp.org.br/8-de-marco-dia-internacional-da-mulher/>.
Acesso em 13/03/2025 às 19h42.

8 de março, Dia Internacional da Mulher

8 de março, Dia Internacional da Mulher

Nesta data, o CRQSP destaca o trabalho de três mulheres muito especiais.

7 de março de 2025, às 9h00 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos

No Dia Internacional da Mulher, o CRQ-SP homenageia profissionais exemplares que se destacam na indústria, no ensino e na pesquisa. Vamos conhecer um pouco do trabalho e da trajetória de três mulheres da Química.

 

Márcia Guekezian

 

A professora Marcia Guekezian no laboratório da FASB: 36 anos de dedicação aos alunos e à pesquisa. Foto: Arquivo pessoal

 

Professora há 36 anos, especializada em Química Analítica, Márcia Guekezian trabalha atualmente na Faculdade de São Bernardo do Campo (FASB). Ela também atua como perita judicial junto ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, realizando perícias químicas e grafotécnicas. Já foi coordenadora de curso e vice-diretora no Mackenzie, deu aulas na Faculdade Oswaldo Cruz e, como se não bastasse, é consultora do Ministério da Educação (MEC) para reconhecimento, avaliação e credenciamento de cursos superiores no Brasil. Márcia também participa de duas Comissões Técnicas do CRQ-SP: a de Ensino Superior e a de Divulgação.

Entusiasta da pesquisa e da iniciação científica, atualmente acumula as funções de coordenadora dos cursos de Engenharia Química e Engenharia de Produção na FASB, além de supervisionar os laboratórios de Química.

Márcia se orgulha de incentivar seus alunos a realizarem pesquisas aplicadas para compreenderem a importância da Química. “Sempre apoiei programas de concessão de bolsas, como os programas de licenciaturas internacionais da CAPES, tudo para estimular os alunos. Também oriento projetos de iniciação científica”, conta.

No momento, desenvolve junto a um grupo de alunos, a determinação de metais para avaliação da toxicologia de panelas de alumínio. Além disso, pesquisa a toxicidade do cádmio, chumbo e níquel presentes em bijuterias.

Anteriormente, investigou a destinação de resíduos agrícolas, como a casca de amendoim, para tratamento de efluentes e remoção de metais. “A Química está em tudo, e precisamos mostrar aos alunos seu lado positivo, como os avanços no desenvolvimento de novos fármacos e medicamentos. Todo esse processo de estudo e inovação é conduzido pelo químico”, afirma com orgulho.

 

Claudia Silva

 

Claudia Silva no trabalho:  coordenação de 180 trabalhadores. Foto: Arquivo pessoal

 

Engenheira química formada pela Universidade Federal de Sergipe, Claudia Silva possui uma extensa trajetória acadêmica, incluindo duas pós-graduações, um MBA e, no início da carreira, um curso técnico em Química.

Sua experiência em liderança começou em 2006, quando, recém-formada e mais jovem que grande parte da equipe, tornou-se a primeira mulher a assumir a gestão de uma planta industrial em Minas Gerais.

Apaixonada pela indústria e pela gestão de equipes, Claudia sempre buscou superar desafios e se manter atualizada com as tendências de mercado. “No início da minha carreira, foi bastante complicado conseguir uma boa oportunidade devido a vieses culturais e à minha pouca idade. Consegui me posicionar na região Sudeste, onde encontrei ambientes industriais mais diversos e inclusivos.”

Desde 2006, atua em cargos de liderança e, atualmente, é gerente de produção da Ultragaz, onde coordena uma equipe de 180 colaboradores. Sua trajetória inclui um grande desafio: em 2019, assumiu um cargo na Nitroquímica, uma planta de nitrocelulose, onde liderava 350 pessoas. Claudia foi a primeira mulher a ocupar o cargo de gerente de produção nos 86 anos da empresa.

Mãe de uma menina autista de 10 anos, ela conta que sua maternidade é diferente: “A Elis é autista e, assim como os desafios da indústria química, ela trouxe um colorido diferente para minha jornada, que é ter uma criança com uma neurodiversidade que a gente precisa apoiar”.

 

Liane Rossi

 

Carl XVI Gustaf, Rei da Suécia, e Liane Rossi, professora do IQ e pesquisadora do RCGI Jornal da USP. Fotos: Anette Sylla/Stockholm University e Jonas Borg

 

Engenheira química, professora e especialista em Química Sustentável, Liane Rossi é pesquisadora do Instituto de Química da USP. Ela coordena o Programa de Captura e Utilização de Carbono do Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), do IQ-USP, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pela Shell Brasil.

No final de 2024, Liane recebeu uma importante premiação da comunidade científica sueca: uma cátedra em Ciências Ambientais criada pelo rei Carl XVI Gustaf. O reconhecimento, concedido pela Academia Real de Ciências da Suécia, é destinado a pesquisadores que contribuem significativamente para as ciências ambientais.

Ela foi escolhida por seus estudos sobre um novo processo de conversão de CO₂ em metanol, baseado em um catalisador feito de óxidos de titânio e rênio. Sua pesquisa busca solucionar um dos maiores desafios da mitigação de emissões: a conversão do CO₂ capturado por meio da hidrogenação, utilizando um processo catalítico que transforma o gás em novos produtos, como o metanol verde — uma alternativa de baixo carbono aos combustíveis fósseis.

Além de seu trabalho no Brasil, Liane desenvolve pesquisas na Suécia desde 2023, onde também ministra palestras e participa de eventos científicos.

 

Com informações do Jornal da USP e Assessoria de Imprensa do RCGI

 

Compartilhar